Jorge Santos (namastibet)

Jorge Santos (namastibet)

Que fazer, se assombro tudo que faço de medo e a fracasso ...

1961-07-03 Setúbal
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Alguns Poemas

Convenço, convencei, convençai…




Convenço, convencei, convençai...

A catarse da vida é tudo o que há de mais puro nas ilusões, a perca de ilusões é o cataclismo simbólico, a catástrofe, o fim de tudo que, inconscientemente nos anima, nos dá alma e brilho ao espírito, o cenário, o quarto da Alice brilhando no escuro, no breu.
"A ida", na viagem, é uma desses enganos magníficos, maravilhosos, em que a nossa inteligência nos cede endomórficas estaminas, tal como numa aventura a dois, de recém- apaixonados ou casados, ainda com a tinta fresca e as latas a arrastar ruidosos, no asfalto, traços descontínuos a perder de vista, um "Buick" branco conversível, nas estradas do Arizona, regressado à estrada, como novo, depois do casal fazer 60 anos de casados, incutida a genial ideia de que isso era a felicidade conjugal suprema, há muito tempo perdida e a depois miraculosamente redescoberta; coisas da publicidade comercial de "Cable- TV" , que tanto pode vender cigarros para um infeliz cowboy, sentados na garupa de um cavalo malhado no meio do deserto de Sonora (apesar de ter morrido de câncer no pulmão, alguns anos depois) assim o medo por tubarão de filme, nas séries da Net-Flix, sem enredos, apenas medo e mais medo das águas cálidas, pacíficas do meio oceânico.
Vendem-nos Pepsodent-herbal, para a cárie nos dentes tal como a cabeleira de Donald-Trump despenteada, quão admirável presença na sala oval, não fosse gato-morto, fedorento ou escalpe/ troféu de cinturão de índio, no Far-West Americano ou ainda quando se vende como autêntica necessidade, uma chaleira de água quente com apito, a um beduíno no deserto, sem corrente eléctrica nem luz na tenda, música anti-stress, a um monge dos Himalaia, em recolhimento por 120 anos, numa gruta a mais de 5.150 metros de altura, apesar deste viver-nas-nuvens.
O fígado e os rins são excepções, não consigo e acho que ninguém consegue, fazê-los mudar de funções, mas penso que funciona no marketing e em quase todas as nossas acções.
As nossas escolhas não são monólitos negros, estruturas decanas, ancestrais, mas sim espuma, plasticina-plástica, matérias mutáveis, alteráveis, estranhas simbióticas e tacanhas as nossas mentes, pois acreditam em tudo quanto lhes impingimos, quer seja banha de cobra ou sabonete de ervas para a celulite e para a tinha-seborreica.
Usada benevolentemente, a nossa capacidade de convencer pode, pela persistência, dignificar a esterilidade ou dar importância a um individuo nulo, de olhar fixo e lentes graduadas, tornar pertinaz o filosofo e metafisico algo ou alguém cuja importância e existência, seja pouco mais que física e que se reconhece ele próprio como ser meramente decente e próprio para uma digestão monogástrica, mono-fágica. Uma tragedia, a decadência humana, se não ousarmos sonhar, sonhemos, acreditemos, convençamos alguém que a lua é feita de vidro verde e o homem objecto de porcelana da China, nada é o que parece mas tudo o que parece pode ser e é, cabe-nos acreditar.
O mecanismo da inteligência dá-nos clarividências que podem ser genéticas, apesar da nitidez maior ou menor com que as possamos usar ou usufruir, pode ser sublimada, alavancada por peças exteriores a ela e estas, se usadas da forma mais generosa, podem fazer conquistar muitos e nobres propósitos ao ser humano em geral e à humanidade, como se fossemos um cardume de anchovas livres e felizes, num mar sem redes ou tramas menores, convençai...conversai ...

Joel matos 07/2018
http://joel-matos.blogspot.com

S'isto que tenho dito, fosse verdade ao menos ...



S'isto que tenho dito, ao menos fosse verdade,

S'isto que tenho dito ao menos fosse verdade, pois "de-verdade" nem eu sou, de cortiça antes, de prego e ferro, fezes de cavalo são meras frases, ditas por mim "Icónicas", mestiças como todas a partes abaixo da linha de cintura minha o são, chamo-lhe uma corrente de ar ou corda, cabresto, mas simplesmente sou eu o "não" o anão espalhando-se pelo chão, descrente de pensamentos e expressões; não me fluem com o o equilíbrio e inteligência que usava, como o galo do quintal do vizinho para me anunciar num simples poleiro empoleirado a verdade e toda a verdade sobre a existência dele próprio quando cantava de galo antes de morrer na panela.

Se fosse de verdade ao menos e o quintal noutro mundo, eu deixava acender o restolho e aí as ideias copulavam, mas fui varrido pelo desencanto, folha morta no furgão do lixo.

S'isso ao menos fosse verdade, pois se tudo quanto sei e dou me voltou em dobro, era cuspo e culpa por não ter dito, eu que pensava ter da vastidão exéquias, recebo feijões anémicos, cicuta e terr'inculta.

S'isto fosse um elo real ferro podre ou ralo de esgoto, eu desfilaria através dele até ao escroto de um deus minúsculo que fed,e porque ele o criou assim, como me fez criado sorridente, escravo de uma necessidade com grades que me segura prende, fede e arde...

Há o Homem que pensa que eu sou esse entre eles, não sou!
Não há meio de pensar que serei o Homem que o pensar soube ser, se Rei ou senhor do mundo, não servente mas hei...de ser sempre e pra sempre, delito em gente,prezo tudo quanto sinto e diferente desse outr'homem que'bem sei não ser, sou o genoma do futuro, o cabo do mundo, a verdade não existe, nem se comprova, não me comprovo eu.

A varanda é de grades. os antípodas e o horizonte tão curto, quanto eu para entender as luzes, serem eternos sinais com o instinto preso neste quintal suspenso, malditas frases espetadas nestas grades...

Houve um jardim quando não havia regatos e eu me ria nos espaços abertos, meu agora coração parado não ouve o tempo misturando-se e a vantagem da angustia é não ter fim, assim houve um jardim em mim e meu coração não ouve o fim do fim do mundo, ouve escutando o que pensa ser a capacidade de sofrer em fazer e o ser humano fecundo, o universo e tudo...a arte é o mundo e a nitidez crescente em mim...a verdade que suporto.

A capacidade de criar torna-me mais intenso, aceso mesmo quando não estou pensando em nada e mais em que tudo é íntimo, quando estudo um modo de dizer que me transcende e aí ouço o passar do tempo como num carrossel acelerado, chamo-lhe ar corrente e ao tempo o intervalo em que disse isto e por isso sei que existo em tudo, nesse momento acordei, acordo e sou tudo, perco-me da visão e a emoção é uma morada semelhante a álgebra numérica magma e espaço, filamentos e galáxias-heras.

Hei-de ser, ouço em mim esse poder de pensar fundo que trago e sigo há séculos e séculos ...um mundo presente aquém e além da minha morte depois, a verdade é isso, intemporal e futuro

Joel Matos (05/2018)
http://joel-matos.blogspot.com

Antes de tud’o mais ...




Antes de tud'o mais ...

Antes que tudo, desfaço a minha barba com a Gillette, a mais perfeita e bem-feita do mundo e depois de levantar de manhã-cedo, o leito ainda aquecido e marcado pela fixa posição corporal; como uma praxe, faço a cama quando sou o último a levantar, ponho as "orelhas dos lençóis num ápice por cima das almofadas" , a chávena de leite amornado no micro-ondas com a substancial aveia e antes de qualquer outra coisa do dia e no princípio de tudo, de todos os acontecimentos que não serão cerimoniais tanto quanto os da manhã e do café, além de trabalhar das oito e pouco- às sete e tal, olhar na rua o escasso movimento habitual, a apatia dos transeuntes e a simpatia do vizinho da frente que comparece na loja a horas e minutos fixos e certeiros para dizer bom dia, comentar o jornal da véspera e os acontecimentos da periferia, além disso traz por vezes ameixas ou damascos para o lanche ou melancia da quinta que cultiva nem sei onde.
A meio da manhã com a vinda do carteiro, as facturas da luz e da água forçando-nos a pensar que só pode ser assim, a realidade a deixar-se fazer sentir.
Música por "background", "Dark Blues" ou "Motown Jazz" sempre igual a sempre, assim também a falta de respeito habitual quando pedalo pra cá e pra lá de bicicleta, pela berma da estrada como manda a segurança; faço todos os dias uma silenciosa digressão para a urbe com os carros colando em mim como um estranho "chiclete" de banana com maracujá, uns pegando a outros, como peste; a minha indignação sempre presente, a título de "karma" ocidental e pungente, quase como uma bofetada a frio de "dia-a-dia" é o que acontece quando dou por mim na cidade das más vontades quotidianas, do massacre e da ignomínia, dos cidadãos sem honra nem tino apesar da pressa de alguns; parecendo ser abastados a julgar pelas máscaras fechadas e imponentes e no que diz respeito a carros e a cigarrilhas de saquetas douradas dobradas amarrotadas, atirados com desleixo e ainda com morrão aceso, com ou sem intento, (suponho que não), para a berma mesmo que esta esteja seca, restolho de pirotecnia, incêndio; ruidosas procissões de gentes escravas de uma missão que não entendem e as transcende deixando elas próprias de fazer sentido ...
Antes de tudo, Sou um ser indignado por defeito embora o meu feitio seja feito de boas vontades saudáveis e intrínsecas como o salmão e o seu óleo qua tanta falta faz a uma boa, equilibrada dieta, excepto o óleo da batata frita embrulhada, que na ausência me não faz pesaroso ou triste, excepto a um "Mc Donalds" rico, untuoso, obeso e prejudicial, meu rival de peso no que diz respeito ao colesterol que não controlo nem consigo controlar apesar do esforço e da intenção.
Ainda assim e antes de tudo respeito o "laissez-faire" dos outros, além as parcas boas vontades de um sistema global e globalizante, castrador da firmeza individual, legível até na escolha gastronómica das filas diárias e intermináveis de consumidores, nem firmes nem filiformes, em veículos perfilados, cada um com o som do rádio mais irritante que do outro da frente ou no detrás, do sofisticado look de marca nos óculos, da arrogância egocêntrica e automobilística de enfileirado de um e de outro lado nos "drive-ins", como se fosse aquele o melhor petisco e manjar da Terra e do céu juntos na mesma receita, lado a lado, pão com pão, carne com carne, ambos de duvidosa origem, mercado pra' apáticas bocas, fácil digestão, chiclete-gástrica.
Antes de tud'o mais, cometo a ignomínia de me regalar com as palavras-minhas desde que chego ao trabalho até que me escapo e quando posso, por vezes parece uma manta de retalhos o que s'crevo ou um labirinto sem saída, sei isso e sinto mas o fio quando se parte da meada numa mais é fio contínuo e os nós se enredam dando uma sensação de trama mal acabada, mal alinhavada, como se fosse um pintor chinês pintando paisagens da Holanda de Gogh em aguarela.
Compõe-se a linha da beleza artística de uma fina camada de sensações das mais longínquas proveniências e até no fazer da barba se define o que será o dia e a semana e a emulsão analgésica do creme de barbear prepara-me a face e o espirito, absorve-me e observo no espelho a consciência separando-se como uma espécie de publica instituição física e intuição profética e poética profunda, criadora.
A missão é não desejar, não triunfar, embora o quisera eu interiormente; em privado ainda assim triunfo, liberto-me de ser escravo embora na realidade não deixe de o ser, natural é o que sempre fui e sou desde que faço a barba de manhã cedo, arrasto os lençóis da cama sobre as almofadas e persuado-me de que tudo é uma narrativa que estico sem o menor esforço. A calçar e descalçar é que experimento o melhor sapato, o que faz menor peso ou melhor passo.
Antes de tud'o mais seduz-me o que é reduzível ao absurdo, a interpretação dos sonhos, a apreciação das acções dos outros e o modo de exprimir que se desenrola do meu polegar erecto à expressividade côncava do que tenho pra dizer na palma da outra mão, astucia ou dom de camada fina.
Antes que tudo, desfaço a minha barba com a Gillette, depois vem tudo o que consegui ser, a repetição dos movimentos da mão destra, nem estrelas mestras nem cometas, o universo inteiro para mim é uma brecha sem conteúdo flui pela minha vontade sem que agarre senão a sensação inútil de repetir os mesmos gestos na orla onde as estrelas começam, a floresta escura.
A missão não é desejar puro, sublime e sem corpo, nem a imaginação se mede na pele dos outros, aos palmos,nos pulsos ou com um termómetro, a única maneira é reconstruir tudo, algo novo, um mundo, pra admitirem que temos isótopos do dom que é sonhar como uma medida real, escudo pra tudo e até contra o tempo, a fluência é um mito urbano, o desapego um medicamento contra nós mesmos, acção pode ser desencanto como a emoção é analgésico, a emulsão do creme de barbear prepara-me a face e o espirito como substancia especial que reage ao exterior e ao submundo, o oculto.
Profetas são os que observam na sonolência dos outros o mistério do sono absoluto, supremo e simbólico, deles próprios assim como a emulsão dum creme de barbear, na pele do rosto...

Joel matos 07/2018
http://joel-matos.blogspot.com

Caminho, por não ter fé ...



Segundo o Endovélico, é privilégio da fé individual de cada ser, tomar um lugar sagrado como lugar religioso ou tornar um legado, religião instituída, depende da empatia pessoal e fiduciária do Xamã, mais que da energia dispensada por uma simples vela barométrica ou do binómio gozo/usufruto e não tanto do clima e da energia despendida e experimentada nesse nevrálgico e frágil ponto que pode ser ubíquo, omnipresente em qualquer parte ou domínio consciente, lugar onde nos predispomos a aceder o divino e onde não há razão para duvidar e para deixar de sentir omnipotente, o universo como peculiar ou particular em nós e exclusivamente.
Uma corrente humana não passa disso mesmo, de um mega-elo verbal e metafísico e a exposição ou predisposição pretensamente panteísta desse elo, podendo ser ortodoxo ou heterodoxo (embora tente convencer-me do contrário) pode ser balizado por argumentos não actuantes, distintos da função onde assentam os meus princípios e a missão humana que serve de orientação das minhas emoções funcionais vitais mais primárias e dominantes.
Essa subjacente emoção, traz consigo o que se pode considerar um selo empático, se o individuo puder explicar-se pelo pensamento e não por acções que redundam a realidade de um mal social maior, que define determinado paradigma, como amoral entre entes imorais, em que uma palavra define outra e outra, assim por diante, como um ser se define definitivamente e infinitamente como inferior ou superior, pela educação ou a irreparável falta dela, se aplicada irracionalmente, com todas as consequências. 
Justifico-me plenamente pela religião, pelo que ela comporta mais que pela verdade evidente, reduzo-me até ao mínimo absurdo, mas primo pelo direito de conservação da minha racionalidade espiritual e conceitual, excluindo os outros, a partir de um certo ponto, apago-os da minha existência, da minha condição de residente nos elevados subúrbios, embora viva a simplicidade das flores no quintal que cultivo. 
O que me distingue e á minha tese panteísta, é a função de esgaravatar buscando por almas humanas também elas na busca de outros desses eles, nos locais mais recônditos e isso implica abdicar de determinados conceitos estéticos, que vejo sendo abduzidos e reduzidos, a uma trama sem carácter, à qual não tenho outro remédio, senão disciplinarmente me afastar e conscientemente denunciar a coarctação de pensar -liberdade e o direito inalienável - de me conspurcar de todos os desmandos possíveis e imagináveis á luz da verdade, liberdade, excepção e bom gosto.
Sou contra quem me erguer defronte um muro, em nome da liberdade, senão contra mim que seja, e não procurar um eclectismo intelectual, talvez ilusório e teatral, revoltar-me contra mim até, se for o caso e sair deste marasmo em que me sinto tolhido e sem argumentos aumentativos, confinadamente assentes e com sentido, é este o primeiro passo para o meu progresso mental poético e argumentativo.
Sempre criei poesia de base zero, anuindo natureza a dois números primos, com a hipótese de, dentro do meu espírito, o colorido tinte uma polícroma dimensão, não digo geométrica, mas volumétrica que pode ser tocada por quem do-lado-de-fora também tenha uma designação não convencional, para as duas linhas separando os olhos, servirem de interlocutor lúcido ao queixo em baixo.
Sobra-me finalmente uma tristeza que é não ter eco de vozes incógnitas, ou quórum de querubins sem sexo, fazendo piruetas, mas porque havia de ter, sendo de única via a estrada que trilho e o tino igual à distãncia que me separa deles, externos a mim, salada em geral insone, insonsa e genericamente incomoda, que não gosto de ver nem sentir, tudo depende da minha marcada objectividade, mascarada de manufacturadas realidades, por não precisar de melhor e, deixar de escrever, não é deixar de escrever, já que o meu phatus, ou sentimento de imensa paixão não é feito de papel pardo ou faca, nem é jornal de forrar parede de caixote de lixo.
De facto não me merece respeito quem não me respeita, nem os meus sinais e até rejeita esta grainha rejeitada e a relatada redacção, é a básica matéria-prima que possuo, nesta cara fria por fora e por dentro limão, e é-me tão ou mais cara que o preço de um café, sorvido apressadamente ao balcão.
Falta-me qualquer argumento que qual, ainda não sei qual, mas dou-me por satisfeito e retiro-me com estas divagações redigidas à pressa, para que a vossa desatenção ou a atenção parcial não desbote, já que sobriedade não tenho, nem peço aos periféricos deuses por tal, pois perfeito é desumano e eu não desconsidero a aproximação ao sublime.
Adoramos o que não podemos ter, e eu ouço a respiração da natureza como um Endovélico Dom, ou um efeito alterado da percepção imaginaria, não como uma vantagem de quem mora um andar mais alto e elevado, mais que a maioria dos inquilinos desta cidade mal parida, mas que deixou de ser refúgio sacro para mim.
Os pensamentos surgem-me nas mesquitas, às esquinas, nos cotovelos presentes em mesas, cadeiras e chávenas de café quente e quando menos reparam em mim, em nós outros, passageiros das passadeiras brancas e pretas, olhando no fixo do olhar vazio dos nossos semelhantes, de quem nem vê quem lá anda, quem lá passa de manso.
Sinto uma inveja profunda da realidade e de imensas coisas que tornam monótona a contemplação do mundo exterior a mim, como uma paixão visual, manifesto-me pela escrita argumentativa e na poesia não decorativa, o que diminui ainda mais o efeito ilusório da realidade, sensação congénita em mim.
As coisas que procuro, não estão em relação a mim, quanto eu em ligação a elas; encolho os ombros e caminho devagar, por não ter cura para este mal-entendido com a realidade e retiro-me com o pressentimento de não voltar eu próprio, por via de me ter tornado outro mais puro e poroso, por fim magnânimo, ao ponto de nada ser igual ao que era, quando volto a cabeça e olho para trás, sobre o ombro... 



Jorge Santos, aliás Joel Matos
8 Abril 2019
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filipemalaia
Gostei muito de o descobrir Jorge. Obrigado!
31/dezembro/2019
-
nilza_azzi
É bom ler o que escreves; tens ritmo, domínio da línguagem poética e abordas temas intensos.
22/agosto/2019
-
namastibet
obrigado a todos que me leram
09/janeiro/2019
-
ricardoc
Igualmente! Estou me familiarizando com a plataforma. Abraços, RicardoC.
23/abril/2018
-
131992
muito intenso seus poemas, adorei.
26/outubro/2017
-
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa! Raimundo Correia

-Raimundo Correia
07/fevereiro/2013

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