Mtlago

Quando olho o teu retrato, o teu olhar fala com o meu.
Eu cá vou caminhando Mãe a recordar o teu olhar. 
o teu olhar hoje estava mais brilhante...
Já passaram 7300 dias que te deixei de tocar mas o teu olhar faz o meu acontecer.
Amote-te tanto, Mãe...

Se tiver sorte suficiente para o amor
Não o deixe ir embora...

Um dia sentirei falta dos momentos que a memória não apaga, da impaciência, dos risos, choros, dos brinquedos espalhados, de um sol sorrindo no papel, cheio de corações.

Sentirei vontade de ser novamente, o porto onde a lágrima adormecia, no aconchego do meu ombro.

E o tempo escasso de agora, será tempo de sobra amanhã.

Tapete no lugar, lençol esticado, manhãs silenciosas, fotografias na parede e uma saudade gigante dos amores que bateram asas e ganharam o mundo.

Mas, sentir a felicidade de que cresceram saudáveis e seguiram o percurso natural da vida, bateram as asas...

O homem pensa.

A mulher sonha.

O homem é um oceano.

A mulher é um lago.

O oceano tem a pérola que embeleza.

O lago tem a poesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa.

A mulher, o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço.

Cantar é conquistar a alma.

O homem tem um farol a consciência.

A mulher tem uma estrela a esperança.

O farol guia.

A esperança salva.

Enfim, o homem está colocado onde termina a terra.

A mulher, onde começa o céu!

Apesar de ser a única certeza da vida, a morte ainda parece ser colocada em recantos onde não possa ser vista, falada e reflectida. Porém, ela inevitavelmente chega às nossas vidas e enfrentá-la requer juntar e digerir, dentro da gente, tudo o que ficou oculto, tudo o que evitamos por muito tempo.
Cada vez mais, a morte é excluída dos ambientes e da vida das pessoas. Quando eu era criança, a grande maioria das pessoas morria em casa e os corpos eram velados nas casas de família. Hoje, a morte quase que se confina tão somente nos hospitais e clínicas, lá longe de nosso cotidiano, longe das crianças, dos familiares, dos amigos. Longe do curso da vida. Daí ninguém pensa sobre as perdas e tem que lidar com elas de supetão, como algo inconcebível.
E cá estou eu, a reflectir novamente diante da partida dos meus pais, para a qual, como a maioria das pessoas, não está preparada. Eu amei minha mãe desde que abri os olhos, todas as minhas lembranças têm o meu amor por ela. Com meu pai foi diferente, foi um amor construído, lapidado, suado, maturado, conquistado, mas, nem por isso, foi menos verdadeiro, a nossa relação nem sempre foi tranquila. Puxando pelas memórias  e com um olhar mais maduro, lembro-me  na minha infância, sempre que eu estava com febre, de madrugada sentia a sua mão  sobre a minha testa, para verificar se a temperatura tinha descido. Recordar o passado com um olhar mais maduro dá-me uma compreensão mais clara da importância deles (os pais) na nossa jornada...
Nada como o tempo, para trazer as verdades, apagar as dúvidas, consolidar o que foi bom. Entender que os pais  me deram o que podiam e foram, o que possuíam dentro de si... É amor que continua, é luz que não se apaga, é eternidade afectiva...

 

 

Tu

És um ser muito especial…

Dedicado, entendes, proteges…

Contigo posso sempre contar…

Conheces todos os meus lados …

Respeitas os  defeitos…

Engrandeces as qualidades…

Amo-te tanto e tanto…

Por TU seres somente TU

Obrigada