OS BELOS CÉUS DO SAPIENS!
Algumas escolhas que fazemos pode nos levar a céus permeados de sombras; outras a céus limpos e azuis, desde que não se lhes coloquem as próprias visões turvas.
É que constumamos nos blindar de forma drástica, sem nenhuma explicação lógica, em alguns encontros casuais, ou mesmo em compromissos mais duradouros.
São tendências naturais da abnormalidade. E a melhor defesa para o ego costuma ser a inversão de valores e o acúmulo de merdas no outro ser, a quem julgamos amar ou odiar, ou de quem nos dizemos amigos.
Se levarmos em contra esse paradoxo de o ser se ver bem, e não tão bema o próximo, a tendência, pelo ceticismo, é o devaneio pela busca no outro do que, na verdade, nem nós temos: a sublime condição de não mentir, de não jogar e de nao ludibriar.
Haveria algum porto Salvador de nós mesmos, se empurramos nossas próprias culpas nos outros?
Não. Definitivamente não. O devaneio é nato e, se a vida tem tanto de sorrisos como de choros, e tanto de alegrias como de angústias a tendência clara é de se desfazer do lixo. E o modo mais fácil de se fazer isso, mesmo inconscientemente é os jogado aos outros.
Se juntarmos tudo isso com os traumas da infância e da fase adulto, tudo fica ainda mais difícil. Se juntarmos o virtualismo atual, ainda mais complicado, chegando mesmo a beirar a insanidade, a partir do ponto onde nos achamos bons demais e aos outros por demais ruins, buscadores de desejos de vãs punhetas.
E não é de se julgar nada. Nós mesmos somos vítimas dos mesmos atropelos, mas se nos masturbamos, colocamos nossos egos em disputa e juramos amores a quem mal conhecemos para, depois, com combates violentos, chover-lhes ataques e chuvas, não deveríamos ter o direito de ainda nos autoconsiderar puros, ou sequer melhor que eles.
De modo que o virtualismo aumenta sobremaneira a tendência ao devaneio que é, logicamente, fruto de nossas próprias frustrações, fraquezas e desejos. Ainda assim, ali a vida chora, brinca e sorri, mas para nós mesmos, quando há dor, culpamos alguém por ela, nunca assumindo que somos um corpo e que nós e que, em certas situações, somos a célula cancerígena.
Não que me intente vestir de sábio ou de egocêntrico, por outra, coloco-me no mesmo nível dos demais, propício, portanto, às mesmas vesanias, às mesmas fantasias, ao mesmo avesso exercício do ego e às mesmas quedas covardes, com o afiado verbo aos demais atirados.
A questão é muito mais profunda. Na verdade, não se importa onde a pessoa se enocntra, ela tende a andar nas margens. No virtualismo, entretanto, tais marges ou desaparecem, deixando tudo parecer possível ou são ignoradas, sendo as coisas quase sempre diferentes do que nos ocorre na realidade.
Concluindo, o devaneio é imanente e precise ser autocontrolado. É maior no meio cibernético e não creio que se vestir de erudição, de anjo, de herói imbatível, de doutrinador com alguma autoridade, de dons huans valha absolutamente nada.
Tal qual na realidade, a participação pelo virtualismo é pessoal; e as responsabilidades por ultrapassar as margens devem também ser pessoais, e nao jogadas ao mundo, como se o mundo fosse nosso depósiti de destroços, de lixos e de porras.
Assim, acho que jamais encontraremos um meio etério e puro, porque a grande barreira está dentro de cada um de nós. Ou vós achardes fácil encontrar alguém em quem possais colocar um diferencial de luz e reconhecê-lo como puro e bom, sem que elas vos sejam e também vacilem como humanos?