Cotidiano
È mais um dia normal!
Outro dia comum!
A chuva em pó,
aspirada pela elite
a felicidade sintética,
inalada por jovens,
cheirada por velhos,
em raves e favelas,
casebres e mansões,
parques e playgrounds.
queimada pela fome,
assassina sem piedade,
mata sem dó.
A chuva em pó, pedras,
sai nos guetos,
escorrega na zona sul,
inalada por jovens,
cheirada por velhos,
em raves e favelas,
casebres e mansões,
parques e playgrounds.
Sobrevivi há outro dia,
outro dia normal!
Sobrevivi a mais um dia,
sem levar um tiro,
nem levar porrada,
nem da sociedade,
policia ou malandragem.
Sobrevivi a mais um dia,
só tive a roupa amassada,
amarrotada, suja e rasgada,
pela condução abarrotada,
pelo ar enegrecido que respiro,
pelo suor que transpiro.
Sobrevivi a mais um dia,
e a noite chegou,
as putas surgiram,
o trafico acordou,
vendendo e ofertando,
a ilusão em pó,
a alegria em pedra.
Sobrevivi a mais um dia,
um dia que morreu!
Outro dia normal!