Ronaldo Moura

Eu acordei e cai

Levantei e cai

Quando me vi, cai

Caia, caias, caia, caiamos, caiais e caiam

Respirei e cai,

Não adiantou levantar, tornei a cair

Fui esperto e ligeiro, mas não consegui sair

Amei muito e pouco, e ainda assim cai

Corri e fugi de mim mesmo e cai

Caio, cais, cai, caímos, caís e caem

Imaginei estar de pé e cai

Fiquei de pé e cai

Refleti e cai

Cai dentro de mim, queda grande tentar fugir

Cair é supor se levantar para depois cair

Cairei, cairás, cairá, cairemos, caireis e cairão

Caímos todos, pois cair nos nivela

Cai do mundo e da janela

Cair aqui ou cair ali não nos difere

Mas o que realmente nos fere

Não é se levantar e não cair ali

Mas sim acordar  e cair em si.

Ei vê se acorda

Como assim?

Acorda ou a corda?

Explica isto pra mim

É simples cidadão

A sociedade divide o povão

Gente pobre e gente com milhão

E o que liga a população?

ué? simples! a maldita divisão

E se o povo não acorda

Esta diferença cresce e transborda

E nesse puxa e estica

Advinha como tudo fica?

Pobre com vida pobre e rico com vida rica

E nada na sociedade modifica

A única chance de mudar tudo

É pobre estudar e pegar o canudo

Então vê se acorda e se movimenta

Porque a corda tenciona e não aguenta

E sempre do lado pobre arrebenta.

A humanidade esta doente?

Uma parte já nem amor sente

E a outra só se ressente

Séculos com muros levantados

Apenas alguns foram derrubados

Mas parece que não se aprende

E a insanidade se rende

De um lado salva a minoria

Mas por outro castiga a maioria.

 
A humanidade esta doente?

Uns lutam pela posição irrelevante

Outros buscam nova vida em mundo distante

Ha uma transição em curso no momento

E não será como poeira que vai com o vento

Por estarmos beirando a insanidade

Provavelmente não manteremos esta realidade

Haverá extinção da bondade?

Ou prevalecerá a pura maldade?
 

A humanidade esta doente?

Destruindo nosso corpo e mente

Se não acordarmos de imediato

Vamos deixar de sermos sensato

Perderemos de vista o contato

E uma solução não existira a frente

Que cure nossa humanidade doente

Se esta desumanidade seguir em frente.

Merry Christmas!

Feliz Navidad!

Feliz Natal!

Tempo de reflexão

Tempo de afinar a emoção

Tempo de reconectar relação

Tempo de muita aproximação

Pausa para a indiferença

Pausa para a descrença

Pausa para a desavença

Faça o melhor que puder

Faça o bem onde estiver

Faça valer a pena viver

Faça o amor prevalecer

E com certeza ao final

Teremos todos um Feliz Natal.

Questiono a duração da vida

Ela dura o que se produz

Ela termina na chegada que é partida

É um caminho que reluz

Mas é o fim que nos seduz

A vida escoa ou ecoa?

Ela é dura sempre?

Ou só entristece quando se magoa

No desenvolver da vida se corre

E a chega é lá onde se morre

A vida é saborosa?

Ou só marca mesmo na fase amorosa

Quanto tempo vivemos?

Creio que vivemos alem do tempo que temos

Sempre idealizando e conjugando cenários futuros

Pesando em pontes, mas criando muros

Se ficarmos alertas a cada momento

deixaremos de lado o sofrimento e lamento

E lá no fim do inicio de tudo

Travaremos o relógio no criado mudo

Porque a vida escoa e depois ecoa

Sabendo que ninguém vive a toa

E para mostrar que somos eternos e fluidos

Mediremos a vida em tempos líquidos."

Acordar fechando o olho

Por não saber o que escolho

Iniciar em um novo rito

Despindo-se de  qualquer mito

Todo dia rabiscamos a vida

Abrindo e fechando aspas na chegada e na partida

Tratando de temas como a dor

E indagando sobre o amor

Quem ama liberta?

Ou se acovarda quando tudo aperta?

Deixa partir ?

Ou decide ir?

O amor verdadeiro encoraja e fixa

E faz a vida incerta e até prolixa

Mas nunca desista do amor buscar

A vida fica vazia sem poder amar.

“Abre o olho e pisca o dia
Entra a claridade na alma
Todos juntos na mesma via
Uns acelerados e outros com calma
Seguimos apostando tudo que tem
E esperando o tempo que não vem
Fecha o olho e chega a noite
Dor doída como no açoite
Chora como lamento
Pensando ser esperta
Contra ou a favor do vento
Uma coisa sempre desperta
Que a vida é uma janela aberta
Com a vista de cada momento
Pois somos todos viajantes do tempo.”

Ausência de algo que foi

Ausência de algo que vai vir

Capacidade existencial para resistir

Conquista do ser humano

Não deixa nada sob o pano

Não é como nostalgia

Atua e atenua como magia

Ela escapa  todo tempo

E foge do lamento

Combate qualquer finitude

Não exige qualquer atitude

É curativo para a alma

Forma de lidar com o finito

levando fatos para o infinito

Ela não tem tempo ou idade

É mais conhecida como SAUDADE.

“Qual a razão da vida?

Muitos acham que é natural

Outros pensam ser imortal

Ha aqueles que a desafiam

E também os que a reverenciam

Sabe-se que tem muita dor e amor

E poucos dão o devido valor

Pensa-se que a vida é única e finita

Pois nada se enxerga que a imita

A razão da vida é mistério

Que poucos levam a sério

Só que ao clarear de cada dia

Vemos que tudo se reinicia

Creio que  buscar muito por esta razão

Pode nos levar a nos perdermos ou termos ilusão

Que tudo que criamos pode acabar agora e aqui

Mas é certo que não é bem por ai

A vida é vivida em pensamentos e sentimentos

Registramos tudo, todos os  momentos

E quando partimos para uma nova jornada

É tudo que levamos e mais nada.” R.M

Parece que estamos na escuridão

E que vivemos em coletiva solidão

Mas existe hoje muita claridade

Que anda oculta pela vaidade

Ela vai depurar a humanidade

A luz é brilhante e pura

Banha a todos in natura.

 

Mas o que fazer com esta luz?

Que em cada um sombra produz

Difícil lidar com esta realidade

Gerada por toda esta claridade

Tempo de trabalhar o negro da alma

E tratar a sombra do outro com calma

Afinal quanto mais luz buscar

Menos sombra há de criar.

 

Teremos luz por todo lado

Dará liberdade ao subjugado

Vem com o tempo a idade

Que se corre para a claridade

Não haverá mapa em pergaminho

Mostrando que a luz do amor é o caminho.