SEM ALIVIO
SEM ALÍVIO
A rosa nua é flor sem zelo,
A noite sem lua é negra em pêlo.
Conta-se história de outras vidas,
Como quem sabe da despedida.
Diz-me adeus e foi-se embora,
Sempre distante mesmo das horas.
A luz do tempo à cor da aurora,
Como que parte já sem demora!
Deixou só rastros espéctros gastos,
No candelabro sabor e gosto,
Onde desvia o próprio medo,
Dentro do peito nenhum segredo.
Entardeceu sombra e lua fria,
Banhando as margens da estrada.
Deixando apenas um vazio,
No frio prado, por todo estio.
Rasga-se o vento rompe castigo,
Deixe de tudo fique aqui comigo.
Não deve ainda não pode agora,
Esquece o tempo tudo lá fora.
Mas me abriga ante o delírio,
Roube meus versos faz poesia,
Deixe meu corpo assim sem alívio,
Mata meu ego no fim do dia.
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