Clarice Araújo

Clarice Araújo

Escrevo uns rabiscos sobre memórias não neutras

2002-05-03
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Idas sem vindas

Só hoje eu morri várias vezes
de desinteresse,desimportância e negação
forjei a minha morte quando esqueci de olhar lá fora
contestar minhas raízes e sair da exatidão

Nem sempre da pra ficar tão vivo
as vezes eu paro no tempo
e o que chamam de morte,eu chamo de razão
Por que viver toda hora é suportar a cada instante
diferentes formas de alucinação

De dia em dia eu torço pra sair desse funeral
só que cada novo tempo preciso de novos escapes
e termino sempre escorada: no mesmo degrau

Me vigio sempre pra mentir pra mim
cuidadosamente,sobre os anos bons
invento fugas rasas sobre problemas bobos
com músicas decoradas que repetem um som

Digo pra mim mesmo que novamente eu vou mudar
mas quando eu menos espero estou parada
com os mesmos dilemas no mesmo lugar
sossego só quando eu fico perto do fim: jurando me arriscar


To viva,mas com o pé bem solto"lá"contando os casos
esperando algum cronômetro chegar no fim e apitar
pisando rápido para chegar logo e recomeçar
viver mais vidas simultâneas se dessa aqui eu enjoar

Essa noite quando eu dormir minha prece vai ser pra ficar
eu mesma que não sou daqui,me retiro de viagem

cansei de me matar,to ficando craque em ressuscitar
de manhã eu acordo outra,e ninguém nem vai notar
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