

Bianca Lopes
Menina em rascunho. Um dia publico minha edição definitiva.
2002-07-11 Rio de Janeiro
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O Tempo
Paro e penso: o Tempo não consegue mais se decidir se passa rápido ou devagar. Também não sabe mais dizer o que é hoje, o que foi ontem, o que será amanhã. O Tempo é agora esse espectro confuso, mistura difusa, suspenso no ambiente como uma névoa espessa. Há tempos que o Tempo parou de contar.
Sentada aqui, olhando o Tempo nesse seu novo caminhar, resolvo ajudá-lo a quantificar os segundos, minutos, horas. Não tenho sucesso na minha empreitada. O Tempo olha para mim e ri.
Com a testa franzida e os olhos apertados, o Tempo me diz:
— Esta tua reflexão é ridícula e mentirosa. Não sou eu quem está confuso. Quem precisa de norte é tu, que forjou em mim o transcorrer da vida, sem saber que a vida não foi feita para ser contada nos intervalos do meu tic-tac. Quem precisa de ajuda é tu, que agora vaga sem saber para onde porque te tiraram os horários marcados. A culpa desta desordem é tua. É sim, toda tua . Porque vives a correr pela hora de início e término do expediente, mas não sabes dizer a que horas nasce e se põe o Sol.
Sentada aqui, olhando o Tempo nesse seu novo caminhar, resolvo ajudá-lo a quantificar os segundos, minutos, horas. Não tenho sucesso na minha empreitada. O Tempo olha para mim e ri.
Com a testa franzida e os olhos apertados, o Tempo me diz:
— Esta tua reflexão é ridícula e mentirosa. Não sou eu quem está confuso. Quem precisa de norte é tu, que forjou em mim o transcorrer da vida, sem saber que a vida não foi feita para ser contada nos intervalos do meu tic-tac. Quem precisa de ajuda é tu, que agora vaga sem saber para onde porque te tiraram os horários marcados. A culpa desta desordem é tua. É sim, toda tua . Porque vives a correr pela hora de início e término do expediente, mas não sabes dizer a que horas nasce e se põe o Sol.
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