kennedy Araújo

kennedy Araújo

Um poeta de beira de rio

1987-01-14 Santarém, Pará, Amazônia
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Espelho d'água

No renitente assobio da coruja, 
a madrugada declina 
               impassível 
à minha dor...

               o céu 
é um vasto rio negro
de densidade fina 
e de profundas ilusões 
onde dispõem-se
                       estrelas,
          planetas,
satélites,
                       distâncias infindas,
além de vazios incontornáveis...

o céu é então 
espelho dos teus olhos de cigana,
                     olhos
de abandonos repentinos,
                     olhos
de dores inomináveis,
                     olhos donde emergem
tragédias inconcebíveis,
além de poemas indecifráveis...
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