
ArutanaCoberio
Juiz de direito aposentado - Não sou poeta, mas faço algumas tentativas
1941-09-21
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A JOSÉ CARLOS DA MATTA MACHADO
Belo Horizonte, 19 de agosto de 1983
JOSÉ CARLOS DA MATTA MACHADO
Pregado à cruz
As chagas lhe sangram
O fel seca-lhe a boca – palavras de fé e esperanças mortas
Crucificado no cume da montanha
De cimento, armada de tanques e granadas.
Estremecendo revive
A história-estória estória-história
Contada por mil Judas
Crucificado na cruz dos já sofridos e
Desarmados de tanques e granadas
Uma gota de suor e sangue
Corre-lhe na face
E o Senhor Chora.
Oh Pai!....
Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem
Qual animais
Fazem-me escravo, a nós
Compram-nos e vendem-nos
Oh!... que vergonha Senhor meu pai.
Oh Pai!....
Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem
Me detiveram
Atram os meus braços e grilhões nos pés
Chamam a mim, aos meus
Carne de vossa carne
De negro... índios... escravos.
Me açoitaram
Samgraram a mim, aos meus
Amor de Vosso amor
Por negro... índios... escravos
Oh Pai!....
Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem
Tributo
Fizeram-se rei,
Soldados e alguns prelados
Tornaram-se suseranos
E a mim, aos meus vida de nossa vida
Deram-lhes a “liberdade” – já sou vassalo.
Por terras onde trabalho
Sou despojado da obra e do amor
Pago com sangue
E a liberdade?
Pra ti vassalo?
Somente as lágrimas, a fome a mim, aos meus
Senhor nos reservastes?
Oh Pai!....
Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem
Morreram os reis
Nasceu patrão, reitor e latifundiário
Uma vez mais, a mim aos meus
Sangue de vosso sangue
Deram uma nova “liberdade” – sou operário, estudante, camponês.
Pago tributos-impostos
Para trabalhar e nada possuir – só o trabalho
Salários miséria impõem a mim, aos mês
Filhos de vosso Filho
Nada me resta senão morrer? – lutar
Perdão oh Pai... mas...
Por ser mulher, a minha mulher estupram, corrompem e a menosprezam
Os filhos meus matam de fome, bombas e ignorância
Filho-operário
O que fazer oh Pai, eu vos suplico
Oh Pai!....
Perdoar NÃO
Porque eles sabem o que fazem
Enquanto gozam as delícias desta vida
Embebedendo-se no suor-operário
Me crucificaram e falam em meu nome
Matam os meus e dizem me defender.
NÃO... NÃO... NÃO..
Perdoar NÃÃÃÃO
Oh Pai.
Lançai seus Anjos
Aos que gritam por JUSTIÇA
Varrei do templo os falsos e vendilhões da Pátria
Clama o povo por sede de justiça
Lançai a fúria de Pai
Sobre os que em Vosso nome
Durante séculos
Nos dominaram.
Senão!!!!!
LUTAREMOS NÓS.
JOSÉ CARLOS DA MATTA MACHADO
Pregado à cruz
As chagas lhe sangram
O fel seca-lhe a boca – palavras de fé e esperanças mortas
Crucificado no cume da montanha
De cimento, armada de tanques e granadas.
Estremecendo revive
A história-estória estória-história
Contada por mil Judas
Crucificado na cruz dos já sofridos e
Desarmados de tanques e granadas
Uma gota de suor e sangue
Corre-lhe na face
E o Senhor Chora.
Oh Pai!....
Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem
Qual animais
Fazem-me escravo, a nós
Compram-nos e vendem-nos
Oh!... que vergonha Senhor meu pai.
Oh Pai!....
Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem
Me detiveram
Atram os meus braços e grilhões nos pés
Chamam a mim, aos meus
Carne de vossa carne
De negro... índios... escravos.
Me açoitaram
Samgraram a mim, aos meus
Amor de Vosso amor
Por negro... índios... escravos
Oh Pai!....
Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem
Tributo
Fizeram-se rei,
Soldados e alguns prelados
Tornaram-se suseranos
E a mim, aos meus vida de nossa vida
Deram-lhes a “liberdade” – já sou vassalo.
Por terras onde trabalho
Sou despojado da obra e do amor
Pago com sangue
E a liberdade?
Pra ti vassalo?
Somente as lágrimas, a fome a mim, aos meus
Senhor nos reservastes?
Oh Pai!....
Perdoai-lhes porque não sabem o que fazem
Morreram os reis
Nasceu patrão, reitor e latifundiário
Uma vez mais, a mim aos meus
Sangue de vosso sangue
Deram uma nova “liberdade” – sou operário, estudante, camponês.
Pago tributos-impostos
Para trabalhar e nada possuir – só o trabalho
Salários miséria impõem a mim, aos mês
Filhos de vosso Filho
Nada me resta senão morrer? – lutar
Perdão oh Pai... mas...
Por ser mulher, a minha mulher estupram, corrompem e a menosprezam
Os filhos meus matam de fome, bombas e ignorância
Filho-operário
O que fazer oh Pai, eu vos suplico
Oh Pai!....
Perdoar NÃO
Porque eles sabem o que fazem
Enquanto gozam as delícias desta vida
Embebedendo-se no suor-operário
Me crucificaram e falam em meu nome
Matam os meus e dizem me defender.
NÃO... NÃO... NÃO..
Perdoar NÃÃÃÃO
Oh Pai.
Lançai seus Anjos
Aos que gritam por JUSTIÇA
Varrei do templo os falsos e vendilhões da Pátria
Clama o povo por sede de justiça
Lançai a fúria de Pai
Sobre os que em Vosso nome
Durante séculos
Nos dominaram.
Senão!!!!!
LUTAREMOS NÓS.
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