Carne
Sou poema sem sentido
Existo apenas para incomodar
Leigos e críticos sem coração
Que ao invés de sentir poesia
Tentam ler
Ora, se queres explicações
Vá para o inferno!
O poema que se explica
Que se abre
Que não guarda seus segredos
Que não intriga quem o sente
Poema não é
Grandes são as histórias que se redige
Com base na palavra carne
Mas
Se pensar direito
Não seria a palavra carne
Mais poética que essas histórias?
Serei então uma ode à carne
Louvarei as proteínas
As teias intrincadas de aminoácidos
Que conferem sua motilidade
Exaltarei suas várias cores
Exaltarei suas configurações espaciais
Mas no fim nada importa
Porque a carne em si é poesia
A mim, direis, que importa
Que carne é só uma palavra
A isso, digo-vos:
Que me importa?
Sou ode à carne
Sou não texto com sentido
Sou delírio de um idoso senil
E que é um delírio se não algo
Que em toda sua irracionalidade
Traz ao mundo um pouco de lógica?
Sou delírio também
Sou e não o Sou
O que isso me importa?
Nada, sou ode à carne
Existo apenas para incomodar
Leigos e críticos sem coração
Que ao invés de sentir poesia
Tentam ler
Ora, se queres explicações
Vá para o inferno!
O poema que se explica
Que se abre
Que não guarda seus segredos
Que não intriga quem o sente
Poema não é
Grandes são as histórias que se redige
Com base na palavra carne
Mas
Se pensar direito
Não seria a palavra carne
Mais poética que essas histórias?
Serei então uma ode à carne
Louvarei as proteínas
As teias intrincadas de aminoácidos
Que conferem sua motilidade
Exaltarei suas várias cores
Exaltarei suas configurações espaciais
Mas no fim nada importa
Porque a carne em si é poesia
A mim, direis, que importa
Que carne é só uma palavra
A isso, digo-vos:
Que me importa?
Sou ode à carne
Sou não texto com sentido
Sou delírio de um idoso senil
E que é um delírio se não algo
Que em toda sua irracionalidade
Traz ao mundo um pouco de lógica?
Sou delírio também
Sou e não o Sou
O que isso me importa?
Nada, sou ode à carne
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