Murilo Porfírio

1995-07-28 Minas Gerais
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I-XIX Jaezes de vida e morte

Santo reflexo que me orienta à luz,

ergo-me e faleço perante a complexidade do que há.

Tanto sinto fundindo-me a você que pouco sinto ao morrer.

E toda clareza a mim explicada, faz-me querer que sombras haja,

apenas para ser escondido o que tenho de maldito, e o fim dos precipícios.

 

Fascino-me por amar e sofrer de tal maneira que, mesmo falecido, sinto-me contigo.

Foram tantas propostas a mim, e tão poucas minhas aos outros,

poucas estas que, se em vão, manter-me-iam são.

Mas por serem alguma coisa, fazem de mim trouxa.

Este que escreve-se morto e encontra-se vivo,

e vive de seu jeito: do jeito que não se vive.
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