Discoteca

A minha namorada vai a discotecas 
Eu mesmo lhe peço que vá, a discotecas 
Antes ela não ia, muito porque eu lhe dizia 
P'ra que te quero a estar, onde muito é sabido e bem é certo te hão de tentar?

Agora ainda que a pense assediada, em meu pensamento não se passa nada 
Como não se passará, entre ela e quem hipoteticamente a assediará lá 

Um pouco de assédio nunca matou ninguém, à alma que de ego sofre até que faz um bem 
A gente humana gosta de se sentir desejada
Inda que não deseje dar em troco nada

Quando minha namorada vai à discoteca 
Livre fico pela biblioteca, onde escritos liberto pensamentos
A ela dá-se-lhe a liberdade para uns mais soltos merecidos momentos
E de trazer histórias p’ra me dizer, das que é no dar a nega que advém um prazer 

Se não confio e creio, como a se obriga bem formado namorado
Que queira ela ser a donzela de um outro que se mereça amado
Menos temo de cornos levar um par
Do que a impossibilidade de saber amar

Por absurdo muito que pareça 
Andar na desconfiança, mostrar descrença 
Mais deixa tua mulher p'ra ser tentada
Aos braços do que te a quer ver roubada
 

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