CELA DO SILÊNCIO
Saudades
do amor, com beijos se cura,
sarando
a dor que aperta o coração.
Chega
a moite e com ela a lua se lança
nas
nuvens cinzentas, que vogam na altura,
bruxeleante,
nua, vai-se no Céu em exaltação.
Chega
o dia e com ele o Sol de esperança.
Entre
o branco marfim das minhas alvas cãs,
recordo
e prendo o teu sorriso á minha boca.
Sei
que persegui o sonho, amei e fui amado
fluindo
no anonimato, por entre máscaras vãs.
Em
mil flechas, me quebraram a vontade louca
num
tempo sem horas, corrosivo e desolado.
Apago
o sonho de liberdade, no despertar morno
da cruel realidade. Contestatário politico, preso isolado.
Moro com a saudade, com o silêncio e o mar em torno.
João
Murty
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