Ainda te procuro no silĂȘncio
Carta đ© a quem partiu sem dizer adeus
Minha querida!
Partiste.
Foi assim â
como se o vento te levasse,
sem alarde,
sem um adeus bordado nos lĂĄbios.
Como quem apenas se ausenta
por instantes breves
e, no entanto,
nĂŁo volta.
Ficou o lugar Ă tua mesa,
o calor suspenso no ar,
a sombra ténue do teu nome
ainda escrita nas paredes.
NĂŁo deixaste um sussurro,
nem uma despedida.
SĂł o rumor dos dias
a caminhar para a frente,
sem ti.
Procurei-te,
sabias?
No dobrar da esquina,
no silĂȘncio das fotografias,
nas horas que se recusam a passar.
Mas tu foste
com a delicadeza cruel
de quem nĂŁo quer doer.
E doeu.
Com ternura que resiste,
B'Carte.
66
1
Mais como isto
Ver também
ï»ż