

Luzia Magalhães Cardoso
Sou nascida e criada no Rio de Janeiro e a poesia entrou em minha vida, assim, meio como quem não quer nada e foi ocupando o espaço... Criando raízes...
1961-03-26 Rio de Janeiro
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Delírios
Se eu ignoro a minha condição,
Antecipo-me aqui, e insisto
Em minha sanidade quando avisto
O meu corpo em pó na imensidão.
Pontos em cor púrpura luminosa
A navegar no espaço sideral
E sem ter condição especial.
Só poeira de alguma nebulosa.
Já vejo o Tempo, velho taciturno,
Aprisionar-me n’alguma ampulheta.
Virei fração... Um sopro de planeta.
De lado a lado, vivo o meu transtorno.
Sou instrumento nas mãos do ancião
Que vira-me em “sim”, revira-me em “não”.
Luzia M. Cardoso
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