Paulo Jorge

Paulo Jorge

A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.

1970-07-17 Lisboa
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Só Em Corpo e Alma


I

Onde estás tu sinto-me tão só,
Tanta dor chego a meter dó,
Vem afagar-me com carinhos,
Vestida de fada com brancos linhos,
És a minha Estrela Polar,
A mais brilhante ao luar,
Ofuscas tudo ao teu redor,
Uma rainha no seu esplendor,
Cabelos dourados soltos ao vento,
Como trigais maduros ao relento,
Olhos azuis de águas cristalinas,
Saltitam como duas bailarinas,
Peitos altivos anseiam criar vida,
Pululam no teu corpo dão guarida,á
A tua boca de lábios tumescentes,
Procuram os meus saudosos e carentes,
A tua pele macia de um branco divinal,
Espera por mim para a acariciar como tal,
Cintura fina de linhas esbeltas,
Precede ancas largas de paixões maternas,
E pernas torneadas sempre alertas,
Encontra-me e satisfaz meus anseios perenes.

Lx, 4-7-1995
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