O dia nasce devagar, preguicoso, sera que acordo com ele? sera que o deixo livre para a gloria de ser que o espera? ou sigo junto cada segundo dele como uma aventura para descobrir do que sou capaz? O corpo pesa, vontade de ser colchao, edredom, travesseiro, ficar aqui ate não mais acordar. Ouço movimentos, xicaras e pires conversando, cafeteira ja exagerou no perfume de novo, o pao pedindo um acompanhamento e eu aqui sendo nada, querendo nada, mas sentindo tudo. O que fazer quando tudo a sua volta segue o curso e voce so consegue seguir com seus pes presos no colchao concreto? como levantar? como falar se tudo a sua volta ja tem seu porque, ja sabe pra que. A sensaçao e como estar dormindo, sem reaçao, sem vontade, sem voce. Como se voce estivesse presa em algum lugar distante, refem. Voce sente uma brisa nos seus pes, o vento quer uma reaçao, ele e um intrometido que sabe de tudo, sabe que um carinho, um toque suave de atençao levanta qualquer um do colchao. Seus olhos se abrem, sente o calor da luz invadindo seu edredom, seu travesseiro se move e você sente um toque gelado no seu nariz, um bom dia do gato se apresenta e voce sorri. Sua mao nao quer mais ser colchao e uma caricia vem, o gato pula no chao e olha para tras esperando voce ir com ele para mais um dia de buscas, ele por comida e voce, bem... por voce.