Escondida

Ainda se escondendo você esteve perto.
Sorriu mais uma vez.
Não quis dizer-lhe nada naquele momento, mas te admirei.
Seus cabelos soltos brilhavam com a luz do sol.
Seu olhar não era diferente.
Não tão longe me falava.
E mesmo perto outros não ouviam.
Seus segredos permaneceram.
E as palavras trocadas eram bem mais intimas.
Mais não te vi chorar.
Nem te vi entristecer.
Sua respiração era o mais doce naquele lugar.
Fundo assim você o fez.

Respirou como se fosse a ultima vez.
Foi tudo lindo.
E você então sorriu.
Querendo um algo mais de minhas palavras e lhe disse "te amo".
Você sorriu e indagou.
Porque brincar de amar se não podemos ser o que queremos?
Eu não quero que me ame.
Nem quero que sofra, mas continuar aqui.
Mesmo que por mais algumas horas.
Se for possível?
Se você realmente conseguir me entender?
Mesmo ali ao meu lado com tudo o que havia dito você se escondia.
Não de mim, mas das suas duvidas do passado.
Do medo existente sem ter um por que.
Das motivações que faziam "me dizer" "pare".
Mesmo assim ficou feliz.
Sorriu por nada.
Mesmo tendo muito a seu favor.
Quis não estar ali tão perto e fugir.

Não do que era, mas do mundo todo o seu volta.
Das palavras sem começo.
Assim = amo ou modo.
E continuar neste ritmo desorganizado de se sentir.
Tentou até odiar-me por tudo o que acontecia.
Mais em sua linda face uma brisa lhe tocou também em minha e você quis gritar.
Mais não por dor, mas por saber que ali acontecia algo nos entre.
Novamente olhou para mim e pensou no saber que ficará escondido.
Nem lógica havia.
Nem uma pequena duvida se mostrava.
Mais continuei a te conhecer sem pressa e sem medo do que seria.
Você tão bela e próxima.
Concordando com as observações que fazia.
Em alguns momentos apenas sorria, mas com muito gosto e satisfação.
O que era certo se concluiu.
E o errado desapareceu.
Por tudo e por quase nada.
Nem no seu momento de silêncio você se fez calar.
Sussurrava em minha orelha.
Depois classificou o verbo como adjetivo.
Sendo nas pronuncias desiguais do existir.
Quis mais que o sensato.
Ainda não me compreendendo.
Raridades de conversas dialogadas.
Pequenas ocasiões a serem pronunciadas.
Tendo o entender de cada singularidade a abusiva de complexo amoroso.
Relatou os diversos modos de
entendimento da forma apocalíptica de se defender o mundo com a paz universal.
Não do individuo, mas das criaturas.
Assim escondida do pouco querer estava mesmo ao meu lado.

Ainda tão perto.
O que dizia não era igual.
Nem se fez copiar de outro alguém, mas ainda parecia com a morte inspirada de grandes soluções sem sentido.
Não se fez calar a voz do seu lindo entender que estando ou não escondida ainda era linda.
No mais tardar de uma nova aurora de
tempos vazios seus lábios nada pronunciou, mas o corpo o fez..
Ali ao meu lado inquieto no permanecer de suas idealizações para comigo.
Segundo a segundo a falar.
A mostrar novos foras de chegar a um não
amar, mas ter uma companhia que lhe fizesse bem.
Ainda escondida.
Escondida.

Dos planos alheios.
Menos de mim o seu querer.
Não quando conversávamos e sorriamos.
Mesmo por te amar.
Sem um motivo que tivesse sentido.
Você bela em todo o seu charme de mulher.
Sendo mais e menos que outras.
Sendo igual só no falar comigo.
Ou em seguir sofrendo com tudo o que podia ou não sentir.
Tão especial.
Tão quieta às vezes.

Escondida apenas.
Com um olhar doce falava-me.
Sem ter do que se esconder.
Sem ter por que sentir algo além da amizade.
Remota e sincera.
Quando não gostava seu permanecer ao meu lado.
Disse que poderia mudar se quisesse, mas não era a hora.
Que o amo-te que lhe disse serviria de inspiração para continuar falando comigo por dias intermináveis.
Mais não naquele dia.
Perdi-te outra vez para o seu ego.
Que não condiz com a sua realidade, mas te faz bem e te protege do que não quer ter.
Então escondida permanece até um novo dia.
Assim escondida quem sabe?

Alexandre Marcondes.
482
0


Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores