Vivo!
Em cada passo de chão que os meus pés pisam
Permanece a marca da determinação
O desenho onde perpassa a mensagem de gratidão
A pintura que perdura na existencial dimensão
Vivo!
Porque a morte é o acontecer metamórfico
Mais grandioso do que a minha consciência
Pode neste momento compreender
Mas sinto que o fogo não se pode extinguir
Alimento-o com o sonho de um amor
Que é escudo à invasão de medos e raivas
Transfigurando-se num atenuativo à dor
Vivo!
Porque este bem-estar que me invade
Traz-me de volta a força apropriadora de vida
E as criaturas geram no meu âmago reconhecimento
Enquanto envergo as roupas do otimismo
Saio para a rua que me empurra para o riso
E abro os braços ao céu bendizendo o mar
Venero a montanha e é tudo o que preciso
Vivo!
Cada dia como doce presente
E quando em silêncio e de olhos fechados
Planar em direção às estrelas longínquas
É na escuridão abismal que a paz me visita
Me aconchega e acarinha e a alma vibrante me enfeita
Há uma sabedoria na condescendência
E na tolerância que une os entes
Então nesta unidade esvoaço e diluo-me
Transformo-me e perpetuo-me!
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