Ana Maria Oliveira

Ana Maria Oliveira

Portugal Alto Alentejo Portalegre
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Tempo intermédio



Espera-me uma viagem para além do material
Aliviando-me desta dimensão confinada ao físico descendente
Preparo a mente para o baile quântico
Componho o ânimo para uma ausência premente
Ergo os braços como fios de ligação ao divino
Entro no tempo da melodia onde impera a suave dança
Esbato-me e extravaso para além de mim
Misturo-me com o cosmos em florida mudança
Entranho-me num templo labiríntico onde a criação
Se expande se anima se ateia em transe
Entrelaça os entes num jogo de participação
Traz consigo a semente indestrutível do devir
Da renovação do renascer do reconhecimento da meditação
Neste tempo intermédio aguarda-me a reminiscência da origem
O abraço sagrado do retorno ao ninho à unidade
Sem traumas sem amarras apenas o flutuar do ser
Em metamorfose energética sem maldade
Em liberdade na procura incessante do semelhante
Como um filho perdido que tenta encontrar o pai
Vibro entre galáxias em espiral de abismos
Como um existir que permanece eternamente nem fica nem vai
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