

andrecerasi
Comecei escrevendo textos que pensava em musicalizar, mas não deu certo, então, parti para os poemas e textos de suspense. Sou da Zona Oeste do Rio de Janeiro
1975-04-20 Rio de Janeiro
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O coletivo
Meu novo trabalho não era muito distante da minha casa, mas eu tinha que estar lá bem cedo e todos os dias embarcava no mesmo coletivo exatamente às quatro da manhã. O ônibus vinha com alguns lugares vazios, e um desses lugares sempre era o mesmo, ao lado de uma mulher de cabelos compridos, vestindo um uniforme cinza e por vezes me sentei ao seu lado, eu a cumprimentava, mas ela nunca respondia. Isso se repetiu por meses até que um dia precisei dormir na casa da minha avó que ficava um pouco mais distante, porém, embarquei no mesmo ônibus das quatro horas. Ao entrar reparei que a silenciosa moça não estava no coletivo e então perguntei ao motorista por ela. Ele respondeu:
— Ela só entra no ponto do cemitério.
Senti um calafrio tomar conta de mim, pois, o próximo ponto era justamente o do cemitério, fiquei em pé perto do motorista e nada vi na soturna parada, então tomei coragem e fui me sentar, mas quando me virei ela já ocupava o seu lugar e após aquele dia, naquele coletivo nunca mais entrei.
— Ela só entra no ponto do cemitério.
Senti um calafrio tomar conta de mim, pois, o próximo ponto era justamente o do cemitério, fiquei em pé perto do motorista e nada vi na soturna parada, então tomei coragem e fui me sentar, mas quando me virei ela já ocupava o seu lugar e após aquele dia, naquele coletivo nunca mais entrei.
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