SIM E SENÃO

SIM E O SENÃO

 

Quanto tempo passa sem perceber,

A distancia aumenta entre eu e você.

Quantas noites só, mesmo ao seu lado.

Nesse abandono de amores levado,

Pela ilusão que a gente ainda comenta,

O que passa no peito quase não se agüenta.

 

Diz-se na paixão apenas o desejo,

Onde o próprio medo esclarece a ira,

E trama em seus sentidos apenas o degredo,

Tudo já vivido em outras aventuras,

Mistura nossos corpos ainda que devassos,

Ante ao vicio de ilusões transcendentais.

 

Já demorei mais que podia nos caminhos,

Tantas coisas que ficaram para depois.

O que resta de nossas vozes é o cinismo,

Enorme abismo entre o sim e o senão.

Quando chegarem as estrelas matutinas,

Pelas cortinas que nos cobrem a feição.

 

A derradeira conta desse meu rosário,

Ainda trama a fuga dos nossos sentidos,

Aonde quer que eu esconda ou faça abrigo.

Depois dos vendavais que me apavora,

E descortina o tempo vago da espera,

Onde esquece os olhos negros da quimera.

 

 

 

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