Tântalos

Não pode ter de certo os olhos sempre enxutos
Quem sofre qual, no Erebo, o Tântalo maldito:
Sedento — vê debalde um córrego infinito;
Faminto — vê debalde os floridos produtos!...

Ante um castigo tal, que apiedava os brutos,
Leve talvez pareça um bárbaro delito!...
Foge sempre a torrente ao mísero precito
E, se tenta comer, escapam-se-lhe os frutos!

Há Tântalos também na vida transitória:
Querem estes a lympha e os pomos do talento,
E morrem no hospital para viver na história.

Desditosos que são... no malogrado intento!...
Longe de haverem ganho os loiros da vitória,
Encontram no sepulcro o eterno esquecimento!

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