contrito
Dilacerada
Minha boca arde
Sangra
Ansiedade
Mais uma vez
Se mostra na carne
Sem avisar
Sem perceber
Ela vem
Ela é dura
Molha os dedos
De vermelho
Depois resseca
Desesperados
E mesmo que se dê conta
Ela continua
Se mutilando
Até não sobrar nada
Cada pedaço
Arrancado
Sente prazer
Sente dor
Sente arder
Esse momento
Breve alívio
Parece valer o corte
Por cima do anterior
No espelho
Ao amanhecer