Augusto dos Anjos (Cruz do Espírito Santo PB, 1884 - Leopoldina MG, 1912) matriculou-se, em 1903, na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Retornou então à capital da Paraíba, João Pessoa, onde já publicava poemas nos jornais O Comércio, A União, O Norte, e na revista Terra Natal. Lá, deu aulas de Literatura Brasileira no Liceu Paraibano, até que em 1910 foi afastado do cargo, em decorrência de desentendimento com o governador. No ano seguinte mudou-se para o Rio de Janeiro, onde lecionou no Colégio Pedro II. Em 1912, publicou Eu, seu único livro de poesias. Transferiu-se para Leopoldina, MG, em 1914, para assumir a direção de um grupo escolar, mas faleceu pouco tempo depois. A obra de Augusto dos Anjos é única na literatura brasileira; seus poemas apresentam linguagem cientifista-naturalista, em que termos técnicos, por vezes extravagantes, constroem imagens que remetem à morte, à desintegração. No entanto seus versos, que exprimem o pessimismo, e mesmo ao asco diante da vida, alcançaram e continuam objeto de grande popularidade.