Velho vendedor de sonhos: O Mundo
Não me poupes, nem me mostres meu caminho
Não me tenha de elogios, nem me diga tuas verdades
Não me force, nem arranque o meu mal pela raiz, nem meu bem
Pois o que tenho de melhor e o que tenho de pior são justamente o que de melhor tenho pra vi(r)-ver.
Não tenho pernas compridas para ainda agora acompanhar o que me faz ser
Não sou daqui, nem vim pra ficar, estou só de passagem, não perco viagem e as minhas bagagens ei-lo de convir comigo contar.
Minha sina, é a mesma que a tua, somos feitos do mesmo barro batido e untado, curtido e aprimorado
Mais ainda, não se deve com desventura olhar para a terra,
Terra é antes um elogio, uma mãe, terra é mar-ia donde o mar não mais vai;
Terra é como um sinônimo para Maria, mas o mar nunca deixa de cessar, e a terra sempre há de se esfascelar.