Cláudia Silva

Dou por mim a tentar compreender,
o que há muito previa ser previsível.
Tento prever o futuro e não consigo.

Os teus olhos não me vêem;
Eles persentem-me.
O meu instinto confunde-me,
E o meu coração perdoa-te.

Os pensamentos atropelam-se.
Os sonhos ultrapassam-me.
Como posso amar-te eternamente?

Adormece esta paixão,
que arde no meu peito.
Apaga esta chama,
Que me consome.

Óh, meu Deus!
Porquê?
Que será de vós?
Eu não fui melhor...
Mas antes éramos menos.
Antes não havia tanta ambição,
Antes não havia tanta corrupção!
Havia outra vontade,
Havia mais bondade...
Eram mais os que davam,
do que os que roubavam!
Eram mais os que acreditavam,
do que aqueles que duvidavam!
Eu era só mais um, a contar estórias,
que mais tarde seriam contadas...
e a ficarem nas memórias.
Um Homem, apenas um Homem!
Óh, meu Deus!
Que será de vós?
Que não aprendestes a viver!
Eram mais os que acreditavam,
do que aqueles que dominavam!

Descubro recalcamentos,
naquelas palavras,
naqueles momentos.
Numa outra atitude.
Penso; não és o único!
O passado persegue nos
como uma pedra da calçada,
que nos magoa ao andar.
Como uma dor no peito,
que nos faz sufocar.

Dobro a folha.
Rasgo a folha.
Deito fora o papel.
Mas ficam as emoções,
e as saudades.
Fica o Fado,
e ficas tu e fico eu,
e um pouco de tudo.
Porque o que sinto não quero,
porque o que quero não consigo sentir;
o que faço nem sempre é como quero fazer
Os sentidos refazem-se e constroem-se;
Construo um castelo na areia e desfaço-o.

A minha alma chora...
por ti...e por mim...
tenho saudades daquilo que não dizes...
tenho saudades daquilo que és.
Tenho saudades de nós.
Fumamos ao cair da noite, olhamos o céu.
Lembramos os dias bons, com saudade;
e com vontade de ter mais.

Fumamos ao final do dia, olhamos o sol.
Pensamos nos dias maus, sem saudade;
nem vontade de ter mais.

Se não fosse este cansaço,
que me invade e me incomoda.
Se não fosse este cansaço,
que me atormenta e me adormece.
Se não fosse este cansaço,
que me mata e me sufoca.

Ficaria para sempre,
nos teus braços...
Sem medo e sem dor

O encontro acontece,
Quando menos se espera,
Quando deixamos de pensar,
Esperar.
O inesperado acontece.
A vida acontece, cresce.
Sonha, mas não te iludas.
Vive, mas não caias.

Transforma as dúvidas em certezas.
As ilusões em realidade.

Para escrever preciso dessa força,
que nasce todos os dias dentro de mim.
Para escrever necessito estar só,
mas na tua companhia.
Ter-te por perto.
Acreditar em ti,
e em mim.
Acreditar que a minha força,
é a tua força.
Acreditar que a minha alma,
nunca está só.

Não consigo ouvir o meu coração!
Não parou de bater; mas está dormente.
Não há um dia que consiga parar de pensar.

Não consegues lidar em paz com o passado,
Não consegues viver em paz o presente...
Não creio que acredites no futuro?

Não aguento esta pressão!
Não acredito que me vá recordar.
Não sei se vou ser capaz...
Não sei como vou acordar.

Apetecia me tanto que chegasses...
de mansinho...
que aquecesses o meu dia;
e mais ainda as minhas noites.
Apetecia me tanto que aparecesses;
e me desses alegria.
Preciso de ti...
Anda para junto de mim;
fica ao meu lado.
Preciso de ti...
Primavera.

Consegui ver ao longe
um barco.
Mas não consegui "enxergar",
que tipo de barco.
Um navio, um iate,
uma embarcação.
Qualquer um que me faz sonhar...
Qualquer um que me faz pensar...
E recordar...

Vou ter que esperar;
Que o barco chegue até terra.
Tenho que ver melhor.
Mas não é fácil!!!!!!
Saber que está tão perto,
e que nada é certo.

Vou ter que esperar,
Só para depois tentar;
Uma fuga,
Uma ida sem volta.
Um presente com futuro,
Um futuro com dias melhores.
Consegui ver melhor, era um barco!