Em qual estrada perdi-me, eu andarilho
a terra passa por mim como se de vento eu fosse
e se não fosse
apenas eu a ir nesse trilho
e nessas vias lotadas de olhares vãos
o diamante é único pois não morre
o amor é duro, pois sofre
a vida é falha, porque não és meu diamante
a brilhar na ida incessante,
na indefinida volta.
talvez a ida seja apenas o retorno
lapidei na calada da noite
onde meus olhos viam teu vulto
a se mover em meio ao ambiente escuro
quisera que não houvesse volta
se minha ida for a teus braços
quisera ser apenas um ponto
perdido em seus espaços
minha vida em uma outra existência
baseada no fruto da obediência
em minha ciência há tantos versos
refrões inteiros mas desconexos
quisera não haver despedida
se minha ida
a deixar entristecida
quisera não haver paz
se na lápide que aqui jaz
morreu um soldado sem lutar
faleceu de tanto te amar
quisera poder te ver
ao longe a certeza de ser
aquela boca a tremer
e dizer
que saudade sinto de você
quisera ser o luar
te iluminar
fazer sua noite brilhar
e da umidade do meu chorar
te beijar as faces
com o orvalho que a manhã traz
quisera poder acordar
virar para o lado e pensar
que lindo anjo a sonhar
até em teus sonhos irei te guardar