Era uma vez, um anjo que existe infinitamente, mas que vivia preso no Inferno da Existência e seus controladores. Esse anjo não podia andar nem para cá e nem para lá, era puxado por cordas temporais dos seus manipuladores. Uma hora ele era puxado para o futuro, outrora pro passado, em um momento em que possui barbas, rugas, grandes doses de tequila e um crucifixo enferrujado, outro momento em que está degustando a sua bomba de açúcar celestial, seus videogames astrais e suas poesias exageradas. Ele não tem um lugar no espaço-tempo, nem em si mesmo e nem no inferno. Sua história é imutável e inefável, em todos os cantos da existência, e nem mesmo das penas de você, leitor, ele pode se deleitar e imaginar.
Apesar de muito, o segredo do inferno está no anjo, que possui asas, mas que estão amarradas pelas cordas, de forma rude e devastadora. Mal sabe o prisioneiro que se ele abrisse suas asas e tentasse romper com suas correntes, poderia vagar livremente pelo vasto Universo.
Por fim, e por acaso ao fim dele, ele poderia ser livre se apenas abrisse suas asas e partisse.