raiane_passos

Seus olhos são como caminhos.
Os sigo como alguém que tem medo de se perder.
Sua boca enferma me causa arrepios
Mesmo se eu tentasse não conseguiria descrever!

Quando me tem em seus braços
Parece ter propriedade
Entra na minha cabeça
Percorre meu corpo com sobriedade

Não é sempre que se expressa
Não é sempre que deixa claro
Talvez não sinta como eu
Ou talvez nem sinta
O importante é como termina

Me enlouquece
Me deixa sem chão
Seja flutuando
Ou com um borrão

Não seríamos tão nós
Se ela não fosse tão ela
E mesmo com toda dúvida que me gera
Que Deus a conserve na Terra.

 

Ela é o amuleto do mar
Perdida na areia só pra eu encontrar
Achei, agradeci, prometi cuidar
Amei, me apaixonei, deixei escapar

Ela é a queridinha do mar
Sofri, corri atrás, procurei sem encontrar
Olhava para o horizonte e só podia lembrar
Do tempo em que sorríamos sem parar
O mar não me devolveu, mas me fez recordar

Ela faz parte do mar
Seus olhos têm o infinito a desaguar
E é essa infinidade que me faz pensar
No corpo esculpido como as ondas do mar

E o mar sorriu pra mim
Disse que me devolveria se eu fosse cuidar
Segurei meu amuleto, comecei a chorar.

Me consome essa vontade de te ver
E esse desejo de te arrancar do meu peito
Esse grito travado na garganta
E as suas declarações desmedidas, descabidas.

Me consome seus sorrisos gigantes
Esse seu sarcasmo deselegante
Minha melancolia sem fim
A saudade de te ter perto de mim.

Me consome as tentativas frustradas de te esquecer.

Mas o que mais me consome é perceber que:
O tempo corre. Os dias passam.
E eu continuo sendo consumida
Pelo sentimento parasita
Que se alimenta do amor que eu sinto por você.