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Gente entre gente, que não se pense que se sente o que outro sente, nem que se pressente para além do presente.

1965-05-01 Vitória, Porto
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Atrás da cortina do tempo

Tem sido uma tarde cheia de alegria.

Orgulhosos da via do dia.

A história teve seu ponto alto,

O solstício será celebrado.


Atrás da cortina do tempo,

revisitada, cristal timbre,

guache ressecado de nós.

Faces coladas, uma mulher dança com o seu marido.

Pudera eu não ter vivido sem terem amado assim.

Fica a extensa brevidade e a cadência, 

Um amor e ódio total, irrestrito e intemporal.

Palavras soltas numa tarde de primavera, 

Invocação de uma época, lembranças da infância já selada.



1973: tempo de calar o ímpeto revolucionário na dor no peito de muitos,

1974: ansiedade de um povo antigo a resgatar a liberdade mais uma vez perdida.

Vejo o antes com uma nitidez que quase oculta o que há aqui.


Vejo lágrimas que escorrem livres pela cara de um pai.


Orgulhosa emoção que canta os heróis do mar, uma cidade que entoa liberdade.

Em plena guerra fria, no rescaldo do "orgulhosamente sós" 

Revoluçāo prof. Marcelo Caetano já superado

Antonio de Oliveira Salazar da ponte resgatado...


Fecha o Colégio João de Deus e um casal querido,

junto com outras personagens, toma uma decisão ousada.

Uma casa portuense é desbravada em Silva Tapada.

O verão é quente em setenta e cinco.

Há Portugal erguido ou foi tudo esquecido?


Uma trupe de amigos rodeia o Colégio, um brinco,
Correligionários e dissidentes,
Da esquerda radical à direita,
Anarquistas, centralistas,
Imperialistas e socialistas.
Um lote de séuios Humanistas


Famílias. Um progresso ainda não burilado.

Esforço, dedicação.

Debita-se educação como um ministério.


Um sonho foi sonhado.

Sonharam que as pessoas se aproximassem e não mais separassem.

Ousaram batalhar a realidade, oraram para que nascesse um dia.

Invocaram a luz.

O Júlio e a Maria!

Aconteceu um dia.


Esquadros do século vinte, gente que deixou a mordaça,

Portugal que avança, linha que o destino traça,

Nós mortais vamos à feira, declaramos amor à bandeira,

temos a missa das sete, e a pia batismal,

como se o caminho existisse claro

e o amanhã se levantasse para todos por igual.


Hoje é o amanhã de ontem.

Nada mais.

A guerra desenha linhas que se unem,

na convergência de todos os futuros possíveis.

Violência como fator agregador da história.

Ainda se louva a glória em combate!


Nada mais longe do motivo que nos trouxe aqui.

Celebramos os nossos filhos como altar das nossas preces.

Brisas de fraternidade enchem nossas velas,

húmidas de respeito e entreajuda.


Que o percurso das crianças seja ascendente,

que a ideia de uma grande família seja o espelho da nossa unidade.

Obrigado meus amigos  e professores que trazem competência e verdade.

Um abraço apertado a todos aos que bolinam na Nau, 

Nave de Teseus de cartas revisitada,

Que se votam todos os anos renovadas.


Olho por esta janela e vejo o sal da nossa terra,

o mastro que ainda navega neste mar encapelado,

Determinou nosso fado, senda bem definida.

Por nós todos sempre querida.


Aqui na quinta do mocho hoje nos recebeu,


A senhora diretora, a melhor que Deus nos deu,

Viverá para sempre na memória das crianças no recreio

Cantando a lembramos, o peito cheio,

Sem receio de errar, sem medo de amar.


Vamos confraternizar,

não esquecer de estudar

e nunca, nunca, olvidar o Colégio Ellen Key

que desde setenta e três

Fez sempre aquilo que fez.

Ofereceu cultura e postura.

E desde a mais tenra idade foi um portuense 

Bastião de respeito à liberdade.


Senhoras e senhores

Meninas e meninos

Ninguém duvida da força  

De porco no espeto bem bem assado.

Quem sabe o último aqui degolado, o coitado.

Bom apetite, agradecido, um sincero obrigado.


2013/palavras não proferidas/a editar




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