Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
De tristeza sucumbe a manhã tão molestada Escondo minha solidão tão bruta e estilhaçada As horas corroídas espelham o calafrio da alma maltratada
Vão além a vadiar tantos sentimentos cabisbaixos, tão vergados A face de cada lamento sufoca gemendo após um violento ai resignado Assim se aniquilam palavras confinadas a um imenso breu excusado
As poucas lágrimas que tenho secaram, ressentidas, ressequidas, indultadas Sem acalento as preces vestem-se de escuridões poderosas e plagiadas O dia esmorece combalido apodrecendo numa ladainha de horas tão atraiçoadas