Isabel Morais Ribeiro Fonseca

O dia está triste as lágrimas escorrem
Pelos vidros da janela e limpa a minha alma
A noite chora e brilha escura sem luar
Mergulho nas lembranças sentindo o seu perfume
Voltando aos tempos de criança, posso correr
Dançar, subir aos montes, sentir-me livre
Mergulhar nas águas do rio, sentir uma voz distinta
Que vem ao meu encontro, tão suave e cristalina
Canta melodias fala de amores, perdidos no passado
Das lembranças, de riso e pranto das flores colhidas
À beira das estradas, dos caminhos amar em ser criança ser mulher

Queria ler-te lentamente meu amor
Como se fosses poesia num livro esquecido
Quantas vezes esperei-te e desesperei
Quantas vezes pensei que nunca mais chegavas
Quantas vezes senti o coração a rebentar
Quantas vezes tremi calada dos beijos que demos
Quantas vezes entreguei-te o meu corpo sem palavras
Quantas vezes eu já morri nos teus braços meu amor.!

Sinto-me cansada
Neste mundo
De tanta maldade

A minha pele é um livro aberto
Uma página escrita da minha vida
Leio-me pelos caminhos que em cada ruga
Percorre a minha pele, como uma nascente
Que se torna num rio que vive correndo para o mar
Revelando a todos que me acompanham tudo que vivi.