Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Lá vai a maré à deriva, toda ela embebedada Toda ela elegante, castiça, profana e acomodada Ali borbulha um silêncio e uma emoção bem cortejada
O luar embandeirado em arco veleja à bolina de Uma brisa carente e terapêutica que saiu em disparada Ininterruptas as horas suspiram, suspiram quase exoneradas
Sem algemas cada eco estilhaça-se na escuridão dilacerada Atordoada a maresia ainda destila uma prece tão revigorada Solitariamente a poesia amamenta cada palavra urgente e exasperada