jbcampos

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Escritor best-seller - psicanalista - teólogo - aposentado.

1946-02-27 Tatuí SP
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Um violino por acaso


Um violino por acaso



Viver é degustar a simplicidade da vida.

É errar ao ver um violoncelo e confundi-

lo com chinelo, à ladino ver um violino.

É se perder na estrada do próprio destino.

É ouvir o farfalhar do ar puro na natureza,

ou na fuligem asfáltica da riqueza. Atender

ao zunir da ventania com alegria, olhar ao

próximo bem próximo do amor como uma

apaixonada donzela fita à flor, sem jamais

deixar faltar em si a cortesia. É respirar o

som melancólico da proeza. É requerer

da vida a generosidade. Esse é o dire-

ito já adquirido. Se por acaso, e até

por necessidade, e se for o caso;

mudar de sentido. É se embebe-

dar com a água límpida da nas-

cente; encontrar com pessoa

simplesmente decente. A bem

da verdade; ela pode ser diferen-

te, pode crer ou acreditar se quiser

fique à vontade... Mas às vezes ela é mais

decente do que a gente. É ser puro quase semel-

hante à pureza adstringente. É ser amigo do feio enfe-

itado de beleza transparente. É sorrir desbragadamente

a mostrar os descorados dentes, sem ficar preocupado

em derrubar a dentadura sobre a ferradura de alguma

cavalgadura que esteja presente ao lado. E a vida

sendo toda essa enorme festa, usar o olho que se

tem no centro da testa. Se faltar algum canino fazer-

se de menino. Amolar os molares e deles abrir suas

frestas... E jamais, confundir melancia com pepino.

Para viver a arte da vida é necessário entender o que

é despojamento ao deixar de ser o centro. Ser centrado

no alvo do verdadeiro documento. É fazer do crepúsculo o

mais belo alvorecer. É indubitavelmente a simplicidade de

se fazer crescer! É ser gente grande com a grande força

dum jumento. É amar a natureza, seja ela a de fora ou

a de dentro. Desprezar a dor do enfadonho tormento. É

enxergar os mínimos detalhes a fazerem a diferença.

avençar ao avanço na fidelidade da própria crença.

É ter mente albina que supere a do mais inteligen-

te paquiderme. É deixar a escrotice de ser humano

semelhante ao verme... Encarar a vida com desvencil-

hamento ao desprender-se da ignorância que causa a ân-

sia somente de olhar o futuro inferno. É ser um fino vaso

embasado no discernimento, e envasado de bom argu-

mento. Ser um levíssimo violino a violar qualquer destino.

Ser apenas um entre vários, sem necessitar ser um fino

Stradivarius. É dar azo ao extravaso do extravasamento

contrário quando se sente a alegria no nada divino. Viver

eternamente em qualquer eternidade, tornando-se sibilino

ao sonoro som do divino sino. E continuando o Pensador

a cismar: Encolhido num canto qualquer, consigo a

prosear: Sentir a vida com a devida simplicidade,

ser auto mestre da real realidade. É estar no mais

fino lar, ou no estábulo a trabalhar, tanto fez como

tanto faz. É perceber a alegria amorável no imo do

coração, independente de crença e do tipo de oração.

É estender a mão ao querido irmão. É se aconselhar a dar

conselho sem jamais cobrar. É doar-se a tudo e a todos pela

osmose da extensão. É deixar que o mundo rode, pois, Ele foi

Deus na manjedoura, como no reino de Herodes. É provar do

dulcíssimo nirvana; É sair fora dessa caravana... "É ser Ami-

go do rei, fazer uso de toda a força humana. Mesmo que na-

da tenha a escolher. É levar um cutucão na ilharga, passar

alguns dias em Pasárgada. "Navegar é preciso além de

Trapobana". Não é nada do nada, é simplesmente

viver! Sem a ninguém condenar, porém, com a

consciência de não se condenar também.

Que aqui não fique o entendido pelo não

entender, pois, viver é a melhor maneira de

crescer ao alvorecer do amor do benquerer...

A felicidade é plenamente intrínseca!

O pensador não para de pensar...



jbcampos



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