Pingos d'água sobre minha cabeça,
Caindo sorrateiros,
Fragmentos da vida feito lágrimas,
Sinais de um coração tecido de sonhos,
Ilusões transitórias da morte,
Óbvios semblantes impetuosos,
Travestidos de felicidade.
Rasga-se o vento em mil segredos,
Adejando vozes aos desatentos,
Estropiando as entrelinhas das dúvidas,
Pedras da incerteza livres no caminho,
Causando seus tropeços quase invisíveis,
Atirando a alma no deserto de si,
Murchando a flor excitada.
A respiração ofegante do medo,
Estrangula a humanidade perdida,
Indagando a consciência tresloucada,
Insultando a casta beleza da existência,
Insistindo que voe e redescubra,
A certeza da própria voz sem fronteiras.