Alguns Poemas

Estranho Cotidiano

Em dias tão vazios e solitários

Vivo a busca incessante de uma felicidade

Que mesmo estando ao meu lado

Parece tão longe...


Devido a escolhas passadas

Que eu jurava serem corretas e prudentes

E que anularam o meu futuro...


Embora eu tenha tudo em minhas mãos

Me falta a coragem para a concretização

De algo que poderá suprimir a minha dor...


O tempo passa

Segundos minutos horas

Que acabam tornando-se em dias

Meses anos décadas

Enquanto eu permaneço nessa agonia...


Quem será o culpado?

À quem devo culpar?

Devo assumir responsabilidades sobre tal fardo?

Alguém habilita-se a servir-me de esteio?

Para que eu possa imputar-lhe essa culpa...


Ninguém poderá ajudar-me

Ninguém poderá responder-me

Nem mesmo eu

Tao exímio em respostas difíceis

E perito em resolução

De casos embaraçosos...


Há dor inexprímivel

Inefável câncer que corrói o meu sorriso e o meu alento

Não posso expulsar-te assim bruscamente da minha vida

Você cresceu dentro de mim

No terreno fértil do meu recôndito

Fortalecendo-se em minhas entranhas

No meu interior tu te alimentaste e se tornaste gigante...


Confesso que quando todos me deixaram sozinho

Você estava ali presente

Mesmo sendo incômodo

Você foi o meu único amigo...


Ouviu meu grito de dor

Absorveu as minhas lágrimas

Fez delas a água necessária para estancar a sua sede

Transformou o meu cansaço em adubo

Para tornar-se mais vigoroso e graúdo...


O corpo em que habita é prospero

Para que continue a crescer e dê frutos

Você tem direito adquirido

Pelo tempo que habita aqui dentro...


Meu parceiro meu amigo meu confidente

Meu inseparável estímulo

Meu propulsor

Para que eu siga em frente e atinja novos horizontes...


Nao se preocupe

Um dia tu me matarás

Mais te levarei junto comigo

Para a sepultura a qual derem para nós

E assim tambem 'te matarei'...


Será uma troca de favores

E não restará mais outra alternativa a ambos

A não ser trilharmos a eternidade

E desfrutar dos desconhecidos caminhos

Que o além cautelosamente

Está nesse momento reservando para nós.


Texto de André Veiga (Veiga)
marcburnier
UM NOTÁVEL TEXTO DE SUA AUTORIA Bom dia, Poeta André Veiga Li este seu texto “ESTRANHO COTIDIANO” e gostei bastante de sua forma de se expressar. Você é uma pessoa que sabe o que, e do que está falando. E olhe que esta arte de fazer versos é competência para uns poucos privilegiados. Mesmo sendo agente literário, e prestando serviços para várias editoras, recentemente publiquei alguns de meus escritos em uma antologia produzida pela Editora Palavra é Arte. O sistema que eles utilizam para o edição de livros é algo inédito. Nós autores não gastamos nada com produção da obra. Os exemplares nos são disponibilizados no sistema de venda consignada. Isto quer dizer que se alguns exemplares não forem vendidos, podemos devolvê-los, e estes serão doados a bibliotecas públicas e presídios, inclusive das cidades onde moramos. Como gostei muito da forma como você escreve, pedi permissão à editora para convidar você e mais oito outros autores, para participarem de uma das próximas edições. Se um de seus objetivos quanto à Literatura é ter seus textos publicados em forma de livro impresso, acredito que esta seja uma boa oportunidade. Por isto peço permissão para que façam contato com você e lhe enviem o material referente à publicação. Espero que desta forma, eu esteja retribuindo a sua amizade. Se for dar resposta a esta minha mensagem, gostaria de pedir-lhe que, por gentileza, envie sua resposta para o meu e-mail pessoal que é este: agenteliterarioburnier57@yahoo.com Um abraço fraterno, Marc Burnier
06/junho/2018

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