Helio Valim

Helio Valim

Alguém interessado em usar a poesia como uma crônica poética do cotidiano, com realismo e imaginação. Possuo mais de 30 anos no magistério superior tendo lecionado em Instituições de Ensino no Rio de Janeiro.

1959-10-03 Rio de Janeiro
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Alguns Poemas

Quadrilha: Uma releitura de Drummond (Miniconto)


Três amigos adolescentes, tão unidos que pareciam uma “quadrilha”, embora possuíssem comportamentos bem diferentes, todos tentaram namorar Lili, uma colega de colégio.

João com um temperamento sanguíneo, era  otimista e impulsivo. Comunicativo queria estudar cinema em Hollywood nos Estados Unidos. Mas tamanha impulsividade, superficialidade e exagero assustaram Lili que não aceitou namorá-lo. Hoje João mora na Califórnia e leciona teatro numa High School no condado de Santa Bárbara.

Raimundo era intenso, colérico, explosivo e impulsivo. Além de muito impaciente. Após pressionar Lili por uma decisão, recebendo resposta negativa, ficou tão transtornado que sofreu um acidente de carro e faleceu.

Joaquim, dos três era o mais sensível, tímido, curtia música e pintura. Mas sendo introvertido, tipicamente melancólico, tinha dificuldade em expor seus sentimentos à Lili. Dos três era aquele que Lili mais gostava. Mas não amava. Frustrado, não resistiu à decepção. Foi encontrado, sem vida, em seu quarto. Morto por overdose. Até hoje fala-se em suicídio.

Nessa mesma época um aluno transferido é incorporado à turma. Fernandes, sem dúvida, fleumático, paciente e disciplinado. Seu equilíbrio e confiança atraíram Lili, que por ele se apaixonou. Namoraram e se casaram logo após à formatura. Portanto, como no poema “Quadrilha” de Carlos Drummond de Andrade, Lili se casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

Ondas, ondas, ondas... (Minicrônica)


Ondas metafóricas, nada retóricas... Saibam todos, que o vírus não escolhe seu infectável pelo relacionamento, envolvendo-se, com puritanas e doidivanas, não perdoa pecador ou casto, celibatário ou devasso, nem pela classe social ou pelo poder econômico.

Democraticamente, atinge a todos os desavisados, desatinados que, apenas, assumiram que o mal não é, de fato, um fato. Em insanas aglomerações, confraternizações, saúdam com infundada alegria a falsa segurança reforçada por ingênua ignorância.

Ignorando que o vírus possui tal picardia que contagia os jovens, mas maltrata a vida daqueles cuja jornada já extrapola os limites do tempo, colhendo almas antes do seu derradeiro momento.

Um pensamento do dramaturgo Bertolt Brecht deixa claro o momento em que vivemos “Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso”.

Como premonição ou apenas uma análise mais realística da alma humana em todos os tempos, esse pensamento descreve, fidedignamente, a falta de cumplicidade presente nestes tempos.

Vivemos uma era de “egoísmo social” onde a preocupação com o outro é substituída pela extrema valorização do “Eu”, das liberdades individuais, mesmo que para isso o outro tenha que ser subjugado, humilhado e anulado.  

Regras de convívio são ignoradas devido à invisibilidade do outro, a um desprezível egocentrismo e à crença insana na imortalidade. Ou seja, vivemos uma sociedade adoecida que não percebe, ou não se importa, com a própria enfermidade.
Alguém interessado em usar a poesia como uma crônica poética do cotidiano, com realismo e imaginação. Possuo mais de 30 anos no magistério superior tendo lecionado em Instituições de Ensino no Rio de Janeiro. Sou mestre em Engenharia, pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior e graduado em Engenharia Civil e Arquitetura.

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