Garota invisível
Eu sou uma garota invisivel
Há um grande espelho em frente a multidão
Me coloco em frente a ele com hesitação
Tudo em volta sou capaz de captar
Menos meu reflexo que não está lá.
Eu grito! Está queimando dentro de mim
Mas como alguém me ouvirá?
Ninguém é capaz de me tocar
Porque a minha pele desaparece com o vento
Como poeira em meio ao ventaval
Eu observo todos, mal sabem eles
Seu jeito, sua roupa, seus passos
Suas unhas, seu cabelo, seus lábios
Eu observo, eu os rotulo
Eu admiro, e eu os julgo
Silenciosamente conheço seus gostos
Sua astúcia, seu desaforo
Sua beleza interior
Sua presença repleta de cor
Rosa ou cinzento, o que for
Tudo isso em sigilo
O silêncio é a minha arma
Será que para eles sou invisível?
Eis a pergunta que nunca se cala
Será que assim como eu também
O silêncio é a arma de um outro alguém?