stellarprince

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Professor aposentado, poeta, escritor e consultor pedagógico.

1950-02-24 Campo Belo, MG, Brasil
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Alguns Poemas

EU E O PRESIDENTE

Hoje relembro com saudade daquele tempo de criança em que na simplicidade vivi grandes momentos que hoje recordo com emoção.
Um dos fatos que lembro é o dia que o Presidente Jânio Quadros visitaria minha cidade, Campo Belo – MG.
O Ano era 1960, o mês não me recordo, acredito que tenha sido no início do lançamento da Campanha Presidencial.
Lembro-me da “vassourinha” que foi seu mote de campanha e do jingle que ecoava o tempo todo pelas ruas da cidade e até mesmo no campo: “varre, varre, varre, varre vassourinha / varre, varre a bandalheira / que o povo já 'tá cansado / de sofrer dessa maneira / Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado!, e também se dizia "homem do tostão contra o milhão". recordo também dos cartazes com a foto do Jânio estampada por todos os lugares e vassourinha que eu mesmo exibia com orhulho. Mesmo tendo apenas 9 anos gostava de ver meu avô comentar e discutir política com seus amigos fzendeiros principalmente na época de Getúlio Vargas quando mandou cortar os cafezais, lembro-me muito bem do meu avô revoltado com a situação política na época.
Havia o tio Cristiano que estava sempre metido com grupos políticos da região, fora até vereador na década de cincoenta e lembro-me bem da rivalidade entre seus opositores. A UDN (União Democrática Nacional) era um partido forte na época. Muitas vezes deparava-me com tio Cristiano reunido com seus aliados e surpreendia-o muitas vezes em discussões efusivas e com frequência falavam da UDN. Recordo certa vez passando em frente ao sobrado onde estava reunido com partidários ao me ver deixou o grupo e veio todo sorridente me ver e me abraçar lá na calçada por onde passava.
Os meus tios avós falavam muito sobre Jânio Quadros que seria com certeza o novo presidente do Brasil.
Certo dia ouvi a notícia sobre a visita do candidato a presidência em nossa cidade! Fiquei atento a conversa e logo percebi que todos iriam numa carreata esperar o Jânio Quadros no Campo de Aviação que na época fica cerca de doze quilõmetros no lugarejo chamado Santana do Jacaré nome de um afluente do Rio Grande que corta o Município do Porto dos Mendes, onde residia o tio Cristiano e a família toda por parte de meu pai. Na época costumava ficar o tempo todo na casa da minha bisavó, casa do tio Juarez onde normalmente se reuniam diariamente todos os tios. Não poderia deixar de ouvir os comentários sobre os preparativos da carreata que aconteceria no dia seguinte e logo quis saber se eu poderia ir junto.
- Lógico que você pode ir Adauto – respondeu logo a tia Arlete.
Fiquei muito feliz e mal podia esperar para acontecimento inédito, ia conhecer o futuro presidente do Brasil e vê-lo chegar de avião no Campo de Aviação.
Todos os meus tios possuiam um Ford 29 que na época era chamado de “furreca”, igual a este da foto.
O tio Renato, o tio Gumercindo e o tio Mário sempre iam na fazenda da vovó e deixavam estacionado debaixo do velho ipê na porteira em frente a sede. Eu gostava de ficar lá na frente do carro olhando o ipê florido através do vidro do parabrisa da “furreca”. Parece que as flores, os galhos e as nuvens formavam um cenário maravilhoso, era como se fosse um filme, uma miragem!
Mas voltando a carreata, saimos todos em fila pela estrada de terra rumo ao campo de avição, antes mesmo de sair da cidade todos apontaram para o céu onde o avião do Jânio começava a sobrevoar e o cortejo se apressava ao destino.
Podia perceber a cor do avião pintado já com as cores da bandeira nacional, verde e amarelo. Logo chegamos no campo de aviação e vimos o bimotor que trazia o candidato aterrisar naquela pista de terra deixando para trás uma nuvem de poeira.
Pouco depois os carros, todos iguais (não haviam muitos modelos diferentes) estavam já a postos para retornar a cidade, ao hotel Maracanã onde o Jânio Quadros ficaria hospedado.
Como o Hotel era de meus tios, acampanhei a comitiva até o saguão do hotel e pude estar junto com o ilustre visitante e acompanhar a movimentação mesmo sem se dar conta do assunto.
Muitos anos depois, em 1985 me encontro novamente com Jânio Quadros - agora candidato novamente, mas à Prefeitura de São Paulo.
Estive juntamente com o Gutierres, amigo pessoal do Jânio, durante uma visita ao Diretório do PDB em Itaquera e lá pude estar com ele e conversar sobre sua visita a minha cidade natal há trinta e cinco anos atrás. Disse-me que recordava sim desta visita de campanha e da cidade.
Depois de uma conversa, num gesto de intimidade pega no bolso de minha camisa um maço de cigarro e diz:
- Vou pegar um cigarro seu e assim o fez sem cerimônias.
Não pude esconder um certo desconforto pois o cigarro que eu tinha no bolso era uma marca comum, dos mais baratos, mas isso não lhe pareceu nenhum problema e continuamos ainda conversando sobre educação e cultura além da necessidade de apoio a sua candidatura, claro.
Depois posamos para algumas fotos e durante o resto de sua campanha pude juntamente com o Gutierres acompanhá-lo por muitos bairros da Zona Leste.
A partir dai, mesmo depois de seu mandato de Prefeito, pude participar de vários encontros com o mesmo.
Cheguei a participar também do MRP - Movimento Renovador Político fundado por ele e comandado pelo Dr. Paulo Zing. Eram reuniões um tanto eruditas que se falava ainda de grupos comunistas atuantes no Brasil na década de oitenta e da necessidade de combatê-los e até assumindo discursos bizarros.
Lembro-me que nesta época estavm sempre nas comitivas o cantor Moacyr Franco entre outros fiéis seguidores do Ex-Presidente Jânio Quadros.
E sinto-me honrado por ter em vários momentos participado de alguns momentos com esta ilustre figura e guardo com carinho e envaidecido de possuir um “bilhetinho” caraterística marcante deste político. Sempre que queria passar alguma mensagem escrevia um “bilhete” !
Assim guardo mais esta recordação de que “eu conheci pessoalmente Jânio da Silva Quadros” .

NATAL DE MINHA INFÂNCIA

O natal de minha infância era repleto de sonhos e magia!
Não havia "shopping Center e nem piscas coloridos como atualmente
Apenas o espírito natalino e no céu da minha Imaginação corriam as renas
Todas belas e imponentes brincando e saltitando na vasta Via Láctea !
Não havia brinquedos caros nem árvores repletas de bolas coloridas e piscas.

Mas havia árvores com cipós repletos de flores silvestres formando guirlandas
Animais que saltitavam alegres pelos prados verdejantes e nas árvores
O canto de pássaros numa doce sinfonia anunciavam um evento especial
O nascimento do Menino Jesus prestes a acontecer lá em Belém numa choupana.

Enquanto mamãe contava as mais belas estórias do bom velhinho.
Eu em meu mundo de criança mal podia esperar pelo grande dia.
O céu cravado de estrelas enfeitando a passagem de Papai Noel.
Parecia anunciar o grande evento e olhando o firmamento eu sonhava.

No calendário na parede olhava atentamente os dias passar lentamente
Imaginando por onde andaria o Papai Noel com sua carruagem!?
De que lado do horizonte viriam as renas todas enfeitadas?
De noite sentado na varanda ficava observando a Via Láctea mais colorida.

Quando finalmente chegava a véspera do tão esperado dia era uma festa.
Logo de manhã a mamãe recomendava ficar atento e obediente e alerta
E não se esquecesse, de a noite, antes de dormir, colocar o sapato na janela
Pois Papai Noel passaria de madrugada deixando ao menos uma bala ou um doce.

Não importava o que ia receber, queria mesmo era poder ver o bom velhinho.
Enquanto o grande dia não chegava passava horas admirando as imagens
Das páginas coloridas da Revista O CRUZEIRO que exibia lindas imagens natalinas
Árvores de Natal enfeitadas, Papai Noel com seu enorme saco de presentes.

Na manhã de Natal acordava e dentro do sapato na janela havia um presente
Geralmente um simples pacotinho de balas, um carrinho era motivo de gratidão.
Passava o dia a imaginar a passagem de Papai Noel e porque não ouvira nada
Com certeza a sua carruagem deslizava silenciosa e suas renas bem ornamentadas.

No meu mundo pairava um ar de festa, mesmo sem o aglomerado de pessoas
Sem as canções natalinas e nem o tilintar dos sinos que hoje se faz presente
O grande acontecimento eu podia sentir e na minha solidão de criança Imaginava
as crianças da cidade em festa eu buscava entre as nuvens o rastro da carruagem de papai Noel.




O pequeno polegar


O dia em que quase perdi o polegar
Era uma criança que desde cedo fui acostumado a ajudar meus pais nos afazeres da casa. Havia hora para trabalhar, estudar e brincar.
Nunca fui obrigado a fazer trabalhos pesados, mas sempre tive vontade de ter minhas pequena plantação, queria aprender a cultivar a terra e diante de meu pedido papai deixou uma pequena área para eu plantar. Ah como era gratificante depois de algum tempo ver germinar as sementes, crescer o feijão, o arroz, as ramas de batata, mandioca, as hortaliças.
Papai plantava de tudo para o nosso sustento e sobrava até para vender. Havia um plantio de mandioca que dava para fazer farinha e polvilho. Para facilitar o beneficiamento ele construiu uma engenhoca para ralar a mandioca exigindo-se pouca força devido as rodas e engrenagens da máquina. Até uma criança como eu, de sete, oito anos conseguia mover a manivela do ralador manual.
Certo dia, enquanto meus pais cuidavam de outros afazeres pedi para adiantar o serviço indo ralar mandioca. Não precisava de muita força para mover a roldana, o trabalho ia bem. Com a mão direita movimentava a manivela e com a esquerda empurrava a mandioca que produzia uma massa alva e espessa. A bacia aos poucos enchia daquela massa, tudo estava indo tranqüilo e sem cansaço.
De repente, o branco tornou-se rubro, mal pude perceber o que havia acontecido.
Como de repente aquela massa alva manchava-se de vermelho forte?
Foi tudo tão rápido que só depois de um tempo pude perceber o que havia acontecido.
Segurava firmemente a mandioca com minha mão esquerda quando de repente acabou se a raiz e foi o meu dedo sem que eu percebesse.
Os dentes do cilindro cravaram em meu dedo polegar deixando ranhuras profundas e quase o deslocando.
Deixei o local e segurando meu dedo com a mão direita e sai correndo gritando por meu pai.
- Pai, paieeeeeeee!
- O que foi filho?
Correu comigo para dentro de casa colocando logo um punhado de sal grosso com água lavando bem o ferimento que continuava sangrar.
Tratou de colocar um pano em volta amarrando-o e pegando-me ao colo acalentando-me na tentativa de acalmar-me.
Os dias se sucederam e o machucado estava com mau aspecto e ainda doendo muito.
Falei com meu pai que o meu dedo polegar estava com mau cheiro, e que o ferimento estava piorando.
Foi ai que ele resolveu levar-me ao Porto dos Mendes onde tio Cristiano possuía uma pequena farmácia, a única da região.
Chegando lá tio Cristiano tirou aquele pano que servia de curativo e fez uma assepsia terminando com um bom curativo com gazes e esparadrapo. Receitou-me alguns remédios e orientou papai como cuidar e fazer novos curativos.
Já se passou quase 50 anos e no meu dedo as marcas deste episódio do dia que quase perdi meu polegar.

Inocência na luz vermelha

Chegara as tão sonhadas férias. Eu tinha meus 15 anos, estava estudando no Seminário em Itajubá, Sul de Minas Gerais. Só visitava minha família nas férias.
No meio do ano eram pouco mais de 15 dias então passava em São Paulo com meus pais e irmãos. Mas as férias de final de ano, as mais esperadas ia para São Paulo e depois de ficar alguns dias com meus pais, geralmente depois do Natal ia com minha mãe e meus irmãos para a cidade natal, Campo Belo.
Revia os primos, os tios, e a maior parte do tempo queria passar na roça, na fazenda com meus avós. Como eram gostosos estes dias que lá passava.
Finais de semana íamos todos para a cidade, não que eu gostasse, pois na fazenda era muito mais divertido, mesmo quando só eu estava lá. Andava a cavalo, nadava muito, escalava morros e sem falar na fartura de frutas que lá havia.
Quando estava na cidade costumava passar algum tempo em companhia dos primos e principalmente do Nardinho, um primo em segundo grau, mas para mim todos eram primos. Ele era um pouco mais velho que eu e costumava me levar para um restaurante em frente a Praça da Matriz, esquina com a Afonso Pena e lá entre conversas e animação íamos saboreando um torresminho e tomando uma cerveja. Não estava acostumado a tomar cerveja, mas pela sua insistência eu o acompanhava.
Nardinho era uma destas pessoas que conhecia todos da cidade e apresentava-me a todos os seus amigos.
Certo dia ele disse-me - hoje a noite passo na casa da vó Anita para te pegar, quero levá-lo a casa de uma amiga.
Como eu gostava da companhia do primo não poderia recusar o convite.
A tardezinha, já anoitecendo fomos nós em direção a Estação Ferroviária à visita combinada.
Chegamos a uma casa próximo a Estação onde ele foi entrando e cumprimentando a todos.
Entramos por uma sala ampla, com algumas mesinhas e cadeiras onde algumas pessoas conversavam, geralmente casais. Logo encontrou uma moça a qual fui apresentado.
- Este é o Adauto, meu primo ele está estudando no Seminário - disse ele a moça.
Em seguida me vi sentado a uma mesinha com aquela moça que começou a conversar comigo e a perguntar-me sobre a vida lá no Seminário. Como era, o que eu fazia, etc...
Logo notei o desaparecimento do meu primo e continuei lá naquela sala em penumbra, havia algumas lâmpadas vermelhas tornando o ambiente um tanto reservado.
Não faltaram assuntos, a moça parecia curiosa a perguntar-me sobre o meu dia a dia e eu calmamente e inocentemente continuei a responder a tudo até que começou a faltar-me assunto e ela já meio sem graça também silenciou. Vez ou outra lançava-me um olhar e um sorriso.
Indaguei-me sobre o Nardinho, onde teria ido e ela calmamente me acalmou dizendo que logo estaria lá de volta. Tratou de reforçar o prato de petiscos e pedir mais cerveja.
Já se fazia tarde, minha ansiedade e meu desconforto ali aumentava.
Foi ai que surgiu o Nardinho acompanhado de outra moça que da mesma forma da primeira apresentou-me como seu primo que estudava no Seminário.
Perguntou a minha anfitrião se gostou de mim, esta respondeu que sim meia encabulada também.
Despedimos-nos e fomos para casa, minha mãe e minha avó devia já estar preocupadas comigo.
Caminhamos meio em silêncio sem ao menos comentar sobre a visita e cada qual foi para sua casa como se nada tivesse acontecido.
Minha mãe e minha avó nada perguntaram e logo fui para o meu quarto ainda sem saber exatamente o que era aquele lugar que conhecera. Achara sim um tanto estranho, pois a casa apesar de pessoas aparentemente felizes, comendo e bebendo, achei-as um tanto frias para ser uma casa e de amigas do Nardinho.
Passou-se um ou dois dias... pude ouvir a tia Arlete - que era uma daquelas pessoas alegras com uma risada contagiante e forte - contar para o tio Juarez, outras tias e amigas que o Nardinho havia me levado a Zona.
Foi ai então que compreendi o motivo daquele convite. Mas continuei na minha inocência sem ao menos ter deixado ser iniciado.Fiquei morrendo de vergonha, encabulado e evitei confrontar-me com os tios por um bom tempo, se contaram para minha mãe não sei, porque nunca ouvi comentário por parte dela.
Nunca mais falamos sobre o assunto e muitos anos se passaram, mais de 40 anos, outro dia comentei o episódio pela primeira vez com o Nardinho durante uma conversa com ele, no Messenger, visto que mora em Brasília desde aquela época e nunca mais o encontrei, somente agora pela internet.
- Ah, isso não foi nada, das coisas que eu aprontava esta foi a menor. - disse-me ele !
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Os Meus primeiros banhos...

O primeiros banhos a gente nunca esquece.
Era exatamente numa bacia como esta da foto, de zinco, em cima de uma mesa que vovó usava para passar roupa que mamãe colocava a bacia e depois de sentir a água na temperatura ideal que ela me colocava. Sempre supervisionada pela vovó ou uma das minhas tias,geralmente tia Gabriela que sendo solteira, morava com a vovó.
Lembro que a hora do banho era uma ocasião especial.
Vovó esquentava um caldeirão de água depois caminha para o banheiro despejava na bacia e com outro balde de água fria ia misturando até chegar Nuno temperatura ideal e logo dizia:
Gileite, pode trazer o "adarto"! (assim vovó e as pessoas lá da roça me chamava trocando as sílabas "au, al" por "ar" assim ficando "adarto"!
O banho era assistido por várias pessoas que ficavam elogiando:
⁃ ... olha que pernas gordas...
⁃ .... veja como ele gosta..
Assim o banho se estendia por vários minutos sob a admiração de vovó, minha tia e mamãe, claro! Mas sempre aparecia alguém mais pá acompanhar o banho.
O local, o banheiro era um local de bom tamanho mas recordo que era meio lúgubre um tanto escuro!
Mas, depois do banho...era  cuidadosamente enxuto e perfumado talco e dando aquela sensação deliciosa, de frescor!
Em seguida todos queriam pegar no colo e tentando comunicar com palavras dóceis!
Mas lembro mesmo do tio Laerte que com ousadia, deixando mamãe aflita,pegava me com suas mãos e jogava me acima de sua cabeça!  Eu...parecia gostar muito, sorria e soltava me de suas mãos! Assim repetidamente, enquanto eu sorria minha mãe assistia a tudo e implorando que tio Laerte parasse

Osso da sorte

Domingo na roça … Nos tempos de criança os almoços na roça eram frequentes ora na sede da fazenda da vovó,ora na fazenda do tio Orozimbo, ou nalguma outra fazenda de parentes e amigos.
Uma coisa era certa eu e meus primos ” Tonho”, Jane, Ariete, Cida, Denise frequentemente estávamos juntos.
Após o almoço o osso da sorte, geralmente uns três ou quatro já desossados eram colocados no sol ou na chapa do fogão a lenha para secar e depois tirar a sorte.
Sorte? Sorte de quê? Não sei!
Mas antes mesmo de ficar a posto para a disputa, a ansiedade era era grande.
– Eu vou ganhar. ( dizia Adauto)
– Não quem vai ganhar sou eu. ( em voz chorosa dizia Tonho.)
Assim era os momentos angustiantes antes de ter os ossos secos e prontos para a disputa.
Geralmente. Jane por ser mais velha era a juíza. Mas as vezes tio Orozimbo ou mamãe fazia o papel de coordenadora.
Chegada a hora… Olhos fixos no osso… Aguardava a contagem.
Um… Dois… Três …já!
O momento chegava… Independente do resultado… O perdedor sempre reclamava. Uns choravam, outros ficavam emburrados.
Mas a tradição era perpetuada e com o tempo a tradição foi ficando apenas na lembrança, por falta da presença dos jogadores que uns partiram pra bem longe, outros separados por longos kilomentros.
Assim é o mundo encantado das crianças…
Pequenos eventos, costumam fazer a diferença.
É muito importante perpetuar tradições, costumes e passar através da escrita para gerações futuras.É muito importante perpetuar tradições, costumes e passar através da escrita para gerações futuras.
Sou um viajante do tempo, em busca de meus sonhos; na minha caminhada costumo ser alegre... rio, choro, me emociono com o olhar de uma criança, com o brilho do sol, da lua; o cantar dos pássaros. Sou um simples mortal que acredita na imortalidade da essência do Ser, do espírito . . As coisas que eu gosto? ... são as mais simples que existem. Gosto de ver o sol nascer, se por... ver a lua bailar no infinito espaço, e as estrelas enfeitando o manto negro e majestoso da noite... (e só de pensar que viemos e iremos ainda para alguma delas, chega a dar saudade ... !) Ver o rio correr tranqüilo seguindo seu curso sem reclamar, ouvir o sussurro do vento, o som dos pardais ao entardecer, o sorriso de uma criança, a sensualidade feminina, e tantas outras coisas mais que nos rodeiam!Como eu vejo as pessoas? ... Vejo as todas companheiras de viagem, indo em busca de algo; são viajantes das mais diferentes origens, oriundas de algum lugar do Universo e na maioria das vezes perdidas sem saber para onde irão e o que buscam ! Isto é triste! Sonhos ? ... sou um eterno sonhador ! " Sei, que n'algum lugar, muito além dos horizontes... nossos sonhos realmente acontecem! " Vou-me embora para PASARGADA , sonho de todo poeta, ir se embora para Pasárgada,..... Sinto-me privilegiado possuidor das chaves deste lugar, entretanto, sei que nada vale a pena se não for fruto de nosso próprio esforço... Do que adianta ser amigo do rei, ter tudo que se imagina e não ser feliz ? Prefiro seguir meu caminho, colhendo todas as pedras que encontro na estrada e utiliza-las para meu caminhar. Quem quiser ... acompanhe-me e caminhemos juntos!
Nasceu e foi criado entre a pacata cidade de Campo Belo, Porto dos Mendes e na Fazenda nas Terras do Abilio, meu bisavô. Ao meio de uma natureza pródiga passou a infância e parte da adolescência usufruindo daquela natureza maravilhosa ao meio de animais e pássaros. Hoje sou Professor aposentado, poeta, escritor e consultor pedagógico.
Diones
Esse escrito me fez lembrar a minha amada! Gostei muito. Parabéns...
05/novembro/2018

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