

mr_sergius
Sou uma pessoa que fez biologia, que fez direito, que se fez de pintor, que se aventurou a escrever e que alguma gentil alma leu e por empatia ou falta de definição melhor, chamou de poeta. Se não fosse a necessária modéstia quase acreditaria ser um. Escrevo do que vi e do que vivi.
1955-05-18 São Paulo
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Fuga de um inverno revisitado quando se esperava poder ver as flores de uma nova primavera.
O inverno reassoma intempestivo
e ficam na memória dias mais cálidos
O por do sol ardendo em brilhos
Tal qual a forja de uma ferraria
Acaso fosse verão, com o sol poente
Sentar-me-ia a olhá-lo, deslocado
das correntes do tempo cotidiano
Sumiriam as distâncias em minha mente
onde imperariam as transparências
Passado e futuro - conceitos fugidios
da consciência, submersa no irreal
Libertar-me-ia dos cordões umbilicais
que a vida insistiu em me atar
Os signos se apresentam sucessivos
os vejo, abismado, repletos de sentidos
Ocupando as faces lógicas dos losangos
com a precisão geométrica da luz
A luz me devolve ao real indesejado
Retorno ao presente de frios cortantes
Abrigo as mãos no calor dos bolsos
Retiro-me, irresignado, ao abrigo de casa.
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