

Frederico de Castro
Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
1961-06-20 Bolama
307706
6
35
Desintegração

Desintegrou-se o tempo em mil porções
De ilusões aterrorizadas…quase engasgadas
Ali deixei min’alma fluir, fluir desatada
Desintegrou-se esta solidão imensa e dissecada
Deixou cada hora a mastigar uma rima fatigada
Engendrou esta estrofe vagueando tão ilibada
Desintegrou-se a esperança sensível e regozijada
Idealizei como se inspira e fecunda uma caricia enamorada
Até confinei este vírus que infecta cada palavra bem tricotada
Desintegrou-se o tempo em triliões de segundos eternizados
A cada despedida ausenta-se a saudade da despedida desalentada
Dos gemidos surdos e sufocantes resta a memória fiel e domesticada
Frederico de Castro
126
0
Mais como isto
Ver também
Escritas.org