AurelioAquino

AurelioAquino

Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.

1952-01-29 Parahyba
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Ile Ifé

Obatalá

quem te dirá

de te dizeres tanto

como há

cabeças que nem sejam outras
das bandas de Ajalá

inventos de outros destinos
nas andanças de Ifá
 
Obatalá

que deitas em branco

como brancas há

as esperanças de todos

em algum lugar

em todas as giras do mundo
coisas de um bem que virá
 
Obatalá

que melhor não sejas

nessa energia

que trança a vida dos povos
nessa agonia

porque serás a solução

de todas as vigílias
 
Obatalá

que tens o mundo

em branco

de brancas as nuvens

que contentas

estendendo o teu alá

por todas as conveniências
 
Obatalá

que atrasas o tempo

nas desoras da vida

e que inventas os minutos
de todas as minhas lidas
 
Obatalá

que já redizes

o que não dito

e que perduras
alinhavado

nas entranhas do infinito
 
Obatalá

que viges

com a mesma complacência
com que teus filhos
soletram

as nesgas da paciência
 
Obatalá

que me predizes
antes de dito

e que me pões a salvo
do meu próprio grito  
 
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