DOCES SONHOS DE UMA GAROTINHA
Ela dormiu como há muito não fazia. Deitou-se levemente sobre as cobertas e encolheu-s num mundo só seu. Era tão bom ficar só e não precisar entender o mundo, sentir que tudo era seu e que nada lhe faltava. Era um vício.
Fechou os olhos e sonhou. Como era bom, longe das gritarias e neuroses da vida, sentir um afago, um carinho, um vínculo que nunca antes existiu.
Virou-se de lado. Estava entrando na zona proibida. Viu uma realidade que nunca tinha visto: pessoas lhe falavam coisas, um abraço apertado, uma imensidão de sentimentos bons preenchendo o vazio do dia a dia. Sentiu-se querida e superou seus medos. São tão egoístas as pessoas! Tudo bem, continuou sonhando.
Agora entregava-se às sensações. Via-se distante de tudo o que sempre foi. Todo aquele sentimento de que estava sendo a mais, atrapalhando as outras existências, foi embora. Perdeu, por um instante, a mania de ferir-se. Perdeu o jeito de se machucar.
Andou, de novo, por essa terra mágica e encontrou uma garotinha brincando, calada, sufocada pela mentira. Ficou distante, observando. Então sentou-se e pensou: será que estava sendo injusta em sentir tudo o que sentia? Seria ingratidão? Um medo a invadiu, medo de ir além. Era, no momento, uma traidora, insana.
Uma lágrima percorreu seu rosto. Calou-se como era de costume. Tinha medo de magoar as pessoas. Então acordou e levantou-se,
Tudo estava igual a antes: confusão, caos. Até quando iria continuar? Talvez até que a loucura ou o egoísmo absoluto chegasse.
Teria solução?...Não, não pense besteiras, minha garotinha, não perca o único vínculo com a lucidez...
Então saiu, aos saltos desnorteados, cantando uma canção.
1998
Fechou os olhos e sonhou. Como era bom, longe das gritarias e neuroses da vida, sentir um afago, um carinho, um vínculo que nunca antes existiu.
Virou-se de lado. Estava entrando na zona proibida. Viu uma realidade que nunca tinha visto: pessoas lhe falavam coisas, um abraço apertado, uma imensidão de sentimentos bons preenchendo o vazio do dia a dia. Sentiu-se querida e superou seus medos. São tão egoístas as pessoas! Tudo bem, continuou sonhando.
Agora entregava-se às sensações. Via-se distante de tudo o que sempre foi. Todo aquele sentimento de que estava sendo a mais, atrapalhando as outras existências, foi embora. Perdeu, por um instante, a mania de ferir-se. Perdeu o jeito de se machucar.
Andou, de novo, por essa terra mágica e encontrou uma garotinha brincando, calada, sufocada pela mentira. Ficou distante, observando. Então sentou-se e pensou: será que estava sendo injusta em sentir tudo o que sentia? Seria ingratidão? Um medo a invadiu, medo de ir além. Era, no momento, uma traidora, insana.
Uma lágrima percorreu seu rosto. Calou-se como era de costume. Tinha medo de magoar as pessoas. Então acordou e levantou-se,
Tudo estava igual a antes: confusão, caos. Até quando iria continuar? Talvez até que a loucura ou o egoísmo absoluto chegasse.
Teria solução?...Não, não pense besteiras, minha garotinha, não perca o único vínculo com a lucidez...
Então saiu, aos saltos desnorteados, cantando uma canção.
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