João Coelho
"Partir! Nunca voltarei, Nunca voltarei porque nunca se volta. O lugar a que se volta é sempre outro, A gare a que se volta é outra. Já não está a mesma gente, nem a mesma luz, nem a mesma filosofia." Álvaro de Campos
2000-09-23 Porto
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Resido alegremente no futuro
Resido alegremente no futuro,
Numa realidade esperançosa que me acalma,
Onde o calor da luz, pinta a tela da minha face,
E desenha um sorriso desde a superfície dos lábios
Até ao profundo da minha alma.
Esta, que já de corpo carece,
Enaltece o meu íntimo no exterior,
Onde revivo a felicidade de criança que o “agora” amadurece
Esquecendo-me, deliberadamente, que o presente,
Representa a ideia de um futuro anterior.
Abruptamente, cai o pano sem aparente razão
E ouço desmedidos aplausos para esta interpretação atrevida.
Com uma vénia agradeço a ovação, que pensava ser ausente,
E percebo que a vivacidade das linhas, traçadas no guião,
Já não representa o monólogo da minha vida,
Mas o epílogo do meu presente.
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