João Coelho

João Coelho

"Partir! Nunca voltarei, Nunca voltarei porque nunca se volta. O lugar a que se volta é sempre outro, A gare a que se volta é outra. Já não está a mesma gente, nem a mesma luz, nem a mesma filosofia." Álvaro de Campos

2000-09-23 Porto
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Alinhei o meu olhar com o teu


Alinhei o meu olhar com o teu 
Ligação direta à tua alma onde, no reflexo do teu olhar, 
Vi o amor que já foi meu 
Reparei no teu cabelo dançando sozinho 
Nos teus lábios de beijo de azevinho 
Relembro a viagem da nossa vida 
Em que o comboio se perdeu, 
Relembro as tuas mãos românticas 
E o toque que já foi meu. 
Dissolve-se o meu pensamento que um dia em ti habitou, 
Vivendo agora na silhueta que o tempo apagou 
De senhor feudal a plebeu 
Perdi tudo o que um dia foi meu. 
Sobra uma réstia de lembrança passada 
Que guardo desesperadamente 
Agarrando o futuro com uma mão cheia de nada. 
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