
Luís Norberto Fidalgo da Silva Trindade Lourenço
Luís Norberto Fidalgo da Silva Trindade Lourenço Natural de Castelo Branco (1973). Licenciado em História (1999). Professor, editor, tradutor e agente cultural. Fundador da Casa Comum das Tertúlias (2001). Autor do livro "Manifestos contra o medo: antologia de uma intervenção cívica" (2011).
1973-08-27 Castelo Branco
1989
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Era uma vez uma revolução que perdeu o “r”
Era uma vez um país, onde Abril abriu as portas que muitos ainda hoje gostariam dever fechadas, nesse país à beira-mar plantado, aquele da ocidental praia lusitana, do pai tirano que caiu da cadeira… As cabeças pensantes da direita no Governo redescobriram a “ciência do corte”, risca-se uma letra e muda tudo! “Abril é Evolução”, diz a campanha publicitária do Governo PSD/PP. Eis que, para matar a Constituição da República Portuguesa e logo o 25 de Abril, é necessário tentar diminuir a importância da Revolução dos Cravos, fazendo esquecer a importância da ruptura, para que se pense que com o “25 de Abril” ou sem ele, estaríamos onde estamos hoje, em Democracia, com imperfeições como todas, mas em Democracia. Antes uma Democracia imperfeita do que uma perfeita Ditadura. Naquela manhã clara, não foi a Revolução que matou, foi a Reacção, pela mão da PIDE/DGS, quatro cidadãos desarmados e mais quarenta feridos… as últimas vítimas do EstadoNovo que caiu sem luta tão podre que estava. As bandarilhas de esperança afugentaram a fera e a coligação revisionista e passadista já era, nem os capitalistas, nem os fadistas, nem as batinas lhes valeram! Jovens capitães tendo ao seu lado a população e as espingardas a dispararem cravos correram com os vampiros para o Brasil e deram muito trabalho aos alfaiates que muita casaca viraram.
Por Luís Norberto Lourenço, Castelo Branco, Abril/2004
Por Luís Norberto Lourenço, Castelo Branco, Abril/2004
Publicado no “Notícias da Covilhã”, 22/04/2005 e blogue http://centro-de-estudos-socialistas.blogspot.com 14/04/2005 e publicado no livro "Manifestos contra o medo: antologia de uma intervenção cívica", Casa Comum das Tertúlias: Castelo Branco, 2011.
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