Murilo Porfírio

1995-07-28 Minas Gerais
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I-LI Jaezes de vida e morte

É um espetáculo

minha insistência de sentir o que não quero viver.

Quando prendem-me com tantas correntes,

sinto-me tão livre quanto fui aos treze.

Pelo menos rimos quando caímos,

definhamos enquanto nos amamos.

Sinto o mundo impressionado por sermos

cada vez menos quando mais nos gostamos.

 

Mal sei a origem do que me faz incontestável,

mas sinto-me seguro sobre tudo que me trouxe ao báratro.

Não é como quando vivemos para aprender, ou morremos para voltar a crer,

é como sentir-se enganado sobre o que é dito de você,

sem mar que se abra por aquilo que crê.

 

Não faço por diversão, por rebeldia ou por fé.

Não faço por mim, e não me atreveria a fazer por você.

Faço por um racional instinto que persevera.

Como lhe disse sobre as japonesas velas entregues ao mar,

sinto ser eu o único audaz a me guiar.
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