

Alexandre Rodrigues da Costa
Alexandre Rodrigues da Costa possui graduação em Letras pela UFMG (1997), mestrado em Letras pela UFMG, e doutorado em Letras pela UFMG.
1972-01-25 Belo Horizonte
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INSTRUÇÕES PARA UMA MÁQUINA DE LUZ E SOMBRA
O dilaceramento do visível se realiza
fisicamente sobre a película
por meio das próprias mãos do cineasta,
no instante em que a ilusão gerada pelas imagens em movimento
é quebrada em favor da constante imbricação
entre figurativo e abstrato,
estabilidade e impermanência.
Temos, assim, a impressão de que as bordas
do quadro se romperão,
pois a oscilação entre as imagens
define-se como um movimento de incompletude,
que, ao manter os corpos e as paisagens em contínua rotação,
dilacera a ilusão de espaço tridimensional
e afirma a visão como precária,
insuficiente,
devido à rapidez com que os frames são intercalados
e o espaço se divide em zonas visíveis
e zonas escuras em constante transformação.
A ilusão gerada pelas imagens em movimento é substituída
pela plasticidade de espaços que se confundem,
de seres que se interpenetram e se dissolvem
como matéria corroída pela luz.
Algumas vezes, a imagem corre no quadro verticalmente,
exibindo as perfurações laterais do que seria uma película,
ou, então, são dilaceradas e reunidas,
compondo um conjunto de imagens heterogêneas,
como se nossos olhos as recortassem e as tivéssemos nas mãos.
fisicamente sobre a película
por meio das próprias mãos do cineasta,
no instante em que a ilusão gerada pelas imagens em movimento
é quebrada em favor da constante imbricação
entre figurativo e abstrato,
estabilidade e impermanência.
Temos, assim, a impressão de que as bordas
do quadro se romperão,
pois a oscilação entre as imagens
define-se como um movimento de incompletude,
que, ao manter os corpos e as paisagens em contínua rotação,
dilacera a ilusão de espaço tridimensional
e afirma a visão como precária,
insuficiente,
devido à rapidez com que os frames são intercalados
e o espaço se divide em zonas visíveis
e zonas escuras em constante transformação.
A ilusão gerada pelas imagens em movimento é substituída
pela plasticidade de espaços que se confundem,
de seres que se interpenetram e se dissolvem
como matéria corroída pela luz.
Algumas vezes, a imagem corre no quadro verticalmente,
exibindo as perfurações laterais do que seria uma película,
ou, então, são dilaceradas e reunidas,
compondo um conjunto de imagens heterogêneas,
como se nossos olhos as recortassem e as tivéssemos nas mãos.
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